O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sempre se interessou por temas complexos nas relações internacionais. Durante seu segundo mandato, orquestrou uma ousada tentativa de frear o programa nuclear iraniano, numa triangulação entre ele, Tayyip Erdogan, da Turquia, e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã. O grupo dos cinco países nucleares, mais a Alemanha, conhecido como P5+1, não gostou muito da tentativa de Lula, abortou tudo o que ele prometeu e negociou direto com Ahmadinejad.
Esse é apenas um exemplo de como Lula demonstra ter interesse em mediar grandes crises e conflitos. Recentemente, durante sua visita ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ele se colocou mais uma vez como uma alternativa para mediar a sangrenta guerra entre Rússia e Ucrânia. Dificilmente tal movimento ganhará tração, pois a partir do momento em que Lula culpa, igualmente, Zelensky e Putin pela guerra, a confiança dos ucranianos na neutralidade da arbitragem do brasileiro se perde.
Lula não precisa ir longe para fazer algo relevante e duradouro nas relações internacionais. Para ele, existiriam apenas ganhos políticos em mediar a guerra na Ucrânia ou o programa nuclear iraniano. No entanto, existe uma situação na qual Lula poderia realmente fazer a diferença, mas, para isso, ele terá que arriscar um pouco do seu capital político perante aliados.
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