Apesar de todas as turbulências vivenciadas na economia entre 2019 e 2022 – as dificuldades da pandemia de Covid-19, as quebras de safras no Brasil em razão da estiagem a e guerra entre Rússia e Ucrânia –, o agronegócio brasileiro observou uma forte substituição de trabalhadores informais por profissionais com carteira assinada. No período, os segmentos de agropecuária e agroindústria criaram 359,6 mil empregos formais e encerraram um total de 15,47 mil postos sem registro. Os dados são de um levantamento feito pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De 2019 para 2022, a taxa de formalidade no agronegócio passou de 38,4% para 40,1%, o maior percentual registrado pelo setor na série histórica da PNAD-C, iniciada em 2016. Ao final do ano passado, 13,96 milhões de pessoas trabalhavam em atividades ligadas à agropecuária e à agroindústria no país. Segundo o pesquisador Felippe Serigatti, coordenador do estudo da FGV Agro, os dados mostram que o chamado “universo agro” brasileiro teve impacto bastante significativo no desenvolvimento econômico. “De um lado, tem conseguido incorporação de tecnologia, melhoria na gestão dos seus processos, aumentar a produtividade. O tipo de trabalho que o setor acaba gerando tem muito mais uma característica de mão de obra qualificada”, diz.
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