Porto Alegre, sábado, 28 de setembro de 2024
img

Recusa do Brasil em vender armas para a Ucrânia se transforma em problema para Zelenski, por André Spigariol e Jack Nicas/O Estado de São Paulo

Detalhes Notícia
Governo Lula se recusou pelo menos duas vezes a vender armamentos para Kiev; Soldados ucranianos na cidade de Bakhmut, na região de Donetsk Foto: Oleg Petrasyuk / EFE

 

 

Enquanto o Brasil se preparava para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, comprou 34 canhões antiaéreos da Alemanha para se proteger durante o evento. Então, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, o governo alemão começou a enviar à Ucrânia aquelas mesmas armas de canhão duplo, que podem derrubar uma aeronave a mais de cinco quilômetros de distância. Assim, as autoridades alemãs pediram ao governo brasileiro no ano passado que devolvesse a munição não utilizada. Mas a resposta do Brasil foi clara: não se fosse para a Ucrânia.

O maior país da América Latina se encontra em uma posição complicada. Sob o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil pediu paz e, em declarações cuidadosamente formuladas, criticou a invasão da Rússia. Mas o país, que depende da Rússia para fertilizantes e combustível, também deixou claro que não enviará nenhuma arma destinada às linhas de frente e, em vez disso, está pressionando para mediar as negociações de paz.

A Ucrânia fez pelo menos dois pedidos ao Brasil para comprar uma longa lista de armamentos que incluía veículos blindados, aeronaves, sistemas de defesa aérea, morteiros, rifles de precisão, armas automáticas e munições, de acordo com correspondência obtida pelo The New York Times por meio da lei de acesso a informação. O Brasil ignorou amplamente os pedidos.

Leia mais em O Estado de São Paulo