Não bastasse a constante preocupação dos pescadores da Região Metropolitana de Porto Alegre com a estiagem e a consequente baixa dos rios, outro inconveniente está novamente presente nas águas do Guaíba e da foz dos rios Jacuí e dos Sinos. As pequenas, carnívoras e insaciáveis palometas, peixes da mesma família das piranhas, estão se alimentando dos poucos exemplares dos demais pescados, como as traíras, até então disponíveis à população e aos moradores locais.
Este ano é o terceiro seguido no qual estes animais invasores, nativos da bacia do rio Uruguai, e cujo nome científico é Serrasalmus maculatus, estão nas águas desta região. “Quando elas não comem o peixe inteiro, deixam marcas nele que parecem mordidas em uma maçã”, diz o pescador Alex Meine Luzia, 47 anos, morador da Ilha Grande dos Marinheiros. Em uma sacola plástica no freezer de sua residência, de frente para o Jacuí, repousava uma característica palometa congelada de cor amarela. “Guardamos para alertar as crianças de que não devem entrar na água”, afirma.
Da mesma forma, capturar estas predadoras, também conhecidas como piranhas vermelhas, para o consumo humano, é algo inviável à grande parte destes moradores. “Elas têm muitas espinhas e só dá para tirar delas um filé muito pequeno”, diz Alex. Por isso, geralmente a carne é distribuída aos animais domésticos. Embora as palometas apareçam de forma constante desde 2022, foi na virada deste ano que a presença delas explodiu. Vizinhos de Alex dizem que há quem tenha pego mais de duas dezenas em apenas uma pescaria.
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