Porto Alegre, sábado, 28 de setembro de 2024
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Leilões de genética supreendem mercado, por Patricia Feiten/Correio do Povo

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Comercialização de reprodutores evidencia desempenho acima da média no início da temporada de outono, apesar da redução de prazos para pagamento, consequência do aumento da taxa de juros da economia, a Selic | Foto: Divulgação CNA / CP

 

 

Tradicionalmente mais associado à comercialização de bovinos de reposição, o outono 2023 começou movimentando também o mercado de reprodutores. À frente da Cabanha da Corticera, de São Borja, e da Solução Genética, o selecionador de Angus Luis Felipe Cassol, que presta assessoria comercial a várias propriedades focadas em melhoramento genético, diz que os primeiros remates da temporada trouxeram uma surpresa positiva tanto da perspectiva de negócios quanto de valores. “Acho que todo mundo está entendendo a situação, tanto o vendedor quanto o comprador. Os leilões de genética tiveram 100% de liquidez, com preços que, inclusive, surpreenderam o vendedor”, afirma Cassol.

Uma mudança sinalizada pelos eventos realizados em março, segundo o pecuarista, é a redução dos prazos de pagamento estabelecidos nas transações com reprodutores, em consequência do aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic. “O juro aumentou bastante. O vendedor enxugou o prazo e mesmo assim está tendo liquidez, o que nos dá a entender que o setor vai se adequando ao momento”, diz o pecuarista.

Para o resto da temporada, Cassol tem uma expectativa otimista, contrariando a tendência apontada pelo cenário de estiagem, de guerra na Ucrânia e de temor de recessão global. No ano passado, o pecuarista assessorou em torno de 30 remates. “Eu tinha uma previsão de que talvez fosse diminuir o número de eventos e o volume de gado. Iniciamos abril e já estou com muito mais eventos agendados, com muito mais gado do que no mesmo período do ano passado. Ou seja, o criador segue apostando”, destaca.
Na avaliação do pecuarista, a tecnologia colabora para esse bom momento do mercado. Com a pandemia de Covid-19, grande parte dos eventos, antes presenciais, migrou para o mundo virtual, eliminando a necessidade de transporte dos animais de uma cidade para outra e reduzindo custos para os produtores. “Os leilões presenciais atendiam um público bastante regional e, hoje, a gente consegue, com a internet e a televisão, acessar um público no Brasil inteiro. Então, tu abriste uma possibilidade gigante para o teu produto”, observa Cassol.

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