Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Ospa executa sinfonia mais famosa de Rachmaninoff sob regência de José María Moreno nesse sábado

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Concerto integra homenagens aos 150 anos do compositor. Pianista polonês Raphael Lustchevsky é o solista convidado. Foto: Grocholski

 

O mês de abril marca os 150 anos do nascimento de um dos maiores nomes da música do século 20: o russo Sergei Rachmaninoff. A efeméride garante ao compositor e pianista lugar de destaque na temporada 2023 da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). No segundo concerto da temporada do ciclo Rachmaninoff 150, a orquestra executa a sua Sinfonia nº 2, além de obras de Alexander Scriabin e Joaquín Turina. A apresentação é no sábado (29/4), às 17h, na Casa da Ospa, com transmissão pelo canal da orquestra no YouTube. Os ingressos custam de R$ 10 a R$ 50 e estão à venda no Sympla.

A Ospa será regida pelo espanhol José María Moreno, maestro titular da Orquestra Filarmônica de Málaga que faz sua primeira passagem por Porto Alegre. Já o solista convidado será o polonês Raphael Lustchevsky, que integra a lista “Steinway & Sons Artists” dos pianistas mais respeitados do mundo. Antes da apresentação, às 16h, o professor da UFRGS, pianista e ativista cultural Francisco Marshall analisa o repertório do dia dentro do projeto Notas de Concerto.

O maestro Moreno inicia a apresentação com um compositor conterrâneo, o espanhol Joaquín Turina (1882 – 1949), cuja música está enraizada no folclore andaluz. A Ospa executa sua obra mais conhecida, Danzas fantásticas, inspirada no livro Orgía, de José Más. Segundo o maestro, a peça está estruturada em três partes que aludem a tradições distintas. “A primeira, Exaltación, é uma vigorosa e animada jota (dança tipicamente espanhola); a segunda, Ensueño, é um lento zortzico (dança de origem basca); e, finalmente, a terceira, Orgía, é um final vibrante e festivo, de grande vigor rítmico, que mostra a instrumentação colorida e refinada de um autor que sempre se afastou da música folclórica comercial”, explica Moreno.

OSPA Foto: Vitória Proença

Em seguida, Lustchevsky se junta à orquestra para tocar uma das obras mais representativas do russo Alexander Scriabin (1872 – 1915). Um grande virtuose ao piano, o próprio compositor estreou a obra em São Petersburgo em 1898. Lustchevsky, que já apresentou recitais solo no Theatro São Pedro e no Instituto Ling, retorna à capital gaúcha para tocar junto a uma orquestra. O pianista explica que, apesar da grande beleza, a obra é pouco conhecida: “É um dos meus concertos favoritos para piano e orquestra. Conheci quando era um garoto e ainda fico intrigado com a sonoridade exuberante e a ornamentação das suas frases musicais. Devido a sua complexidade e riqueza expressiva, a música de Scriabin não é executada com muita frequência nas salas de concerto”, afirma Lustchevsky.

A orquestra encerra o concerto com uma homenagem a Sergei Rachmaninoff (1873 – 1943). Moreno, que estudou regência em São Petersburgo, ressalta que a Sinfonia nº 2 é a “mais rica, densa e madura” obra do gênero no catálogo do compositor russo e mostra “uma forte inspiração épica”. Desde a estreia em 1908, em Moscou, a sinfonia conquistou o público e continua sendo muito executada pelo mundo.

José María Moreno (regente – Espanha)

Maestro Titular da Orquestra Filarmônica de Málaga, na Espanha, José María Moreno estudou regência na Espanha e no Conservatório Rimsky-Korsakov em São Petersburgo com M. Kukushkin. Formou-se no Conservatório de Valência, Liceo de Barcelona e Ilhas Baleares, obtendo os títulos de Direção de Orquestra, Canto, Solfejo, Piano, Harmonia, Contraponto e Composição. Já trabalhou com solistas de prestígio como Plácido Domingo, Josep Bros, Roberto Alagna e Joan Pons. Conduziu orquestras como as Sinfônicas de Berlim, Brandemburgo e Augsburgo (Alemanha), Pori (Finlândia), Carélia (Rússia), Szczecin e Lodz (Polônia). Também regeu óperas, zarzuelas, balés e concertos na China, Rússia, México, Colômbia, Alemanha, Finlândia, Itália e Portugal. Sob os ensinamentos do maestro Pedro Valencia, é pioneiro na introdução das técnicas de Hun Yuan Taichi aplicadas à regência de orquestra.

Raphael Lustchevsky (piano – Polônia)

Raphael Lustchevsky teve sua estreia artística internacional aos 16 anos, junto à Orquestra Sinfônica de Tóquio, no Japão. Desde 2001, está registrado como Steinway Artist na lista “Steinway & Sons Artists’ Roster”, um catálogo dos pianistas mais respeitados do mundo. Realizou sua formação musical na Polônia e na Alemanha, ao lado de grandes professores, como Andrzej Jasinski, Lazar Berman e Alexis Weissenberg. Apresentou-se em salas e teatros de renome, como Théâtre du Châtelet (Paris), Filarmônica Nacional (Polônia), Palácio das Nações da ONU (Suíça) e Suntory Hall (Tóquio). Foi premiado em vários concursos de piano, como Clara Schumann (Alemanha), Maria Canals (Espanha), Luis Sigall (Chile) e o Concurso Internacional de Piano Dinu Lipatti (Romênia).

Serviço:

O quê: concerto da Série Casa da Ospa – Rachmaninoff 150 – 2ª edição
Quando: sábado (29/4), às 17h (antes, acontece a palestra Notas de Concerto, às 16h)
Onde: Casa da Ospa (Caff – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre)
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50. Descontos: ingresso solidário (com doação de 1kg de alimento), clientes Banrisul, Amigo OSPA, sócio do Clube do Assinante RBS, idoso, doador de sangue, pessoa com deficiência e acompanhante, estudante, jovem até 15 anos e ID Jovem.
Bilheteria: via Sympla ou na Casa da Ospa no dia do concerto, das 12h às 17h.
Estacionamento: gratuito, no local.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 6 anos.
Transmissão ao vivo: canal da Ospa no YouTube.

Este concerto disponibiliza medidas de acessibilidade.

Programa:

Joaquín Turina | Danzas Fantásticas, Op. 22
I. Exaltación
II. Ensueños
III. Orgía

Alexander Scriabin | Concerto para Piano em Fá Sustenido Menor, Op. 20
I. Allegro
II. Andante
III. Allegro Moderato

Sergei Rachmaninoff | Sinfonia nº 2 em Mi Menor, Op. 27
I. Largo – Allegro moderato
II. Allegro molto
III. Adagio
IV. Allegro vivace