João nem lembra qual foi a última vez em que ficou sem dever para uma pessoa física ou jurídica. Profissional liberal, chegou a ser bem remunerado no início da década, mas após a demissão, em 2017, nunca mais conseguiu se “equilibrar” financeiramente. “Eu tinha me casado um ano antes e, durante anos, ainda continuei pagando o que havia parcelado. E, pior que isso: três anos depois, me separei”, revela, atribuindo a falta de dinheiro como principal causa do divórcio.
Maria é professora e vivia ao lado da mãe até o falecimento dela, em 2013. Há dez anos, a filha convive com gastos que nem sabia que tinha, já que não era ela quem tinha intimidade com as contas da casa. “Entrei em depressão e comecei a fazer compras no cartão de crédito que se tornaram ‘bolas de neve’. Hoje vivo fazendo acordos para quitar as dívidas”, admite.
Os nomes desta reportagem são fictícios para não expor histórias reais de quem está entre os 2,756 milhões gaúchos com algum tipo de limitação de crédito, cheque ou protesto, representando 30,77% da população do Rio Grande do Sul, segundo o mais recente Indicador de Inadimplência CDL Porto Alegre.
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