Porto Alegre, segunda, 30 de setembro de 2024
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Deputados aprovam PEC da anistia para crimes eleitorais que eles próprios cometeram, por Levy Teles/O Estado de São Paulo

Detalhes Notícia
Proposta tem apoio amplo que vai desde o PT, de Lula, que precisa restituir R$ 23 milhões à Justiça Eleitoral, ao PL, de Bolsonaro, que deverá devolver R$ 4,7 milhões ao mesmo órgão; ambos os casos são relativos a irregularidades nas contas das legendas entre 2015 e 2017. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado Seis dos 15 dispositivos vetados foram rejeitados pelos parlamentares. Outros seis itens foram mantidos e três foram adiados para apreciação em agosto. Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

 

 

Da oposição ao governo, partidos se uniram para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Anistia que isenta legendas e políticos que cometeram crimes eleitorais de 2015 a 2022. O texto foi aprovado com 45 votos a favor e 10 contra na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Agora segue para discussão em uma comissão especial.

A PEC permite ainda que empresas paguem dívidas dos partidos contraídas até agosto de 2015, ano em que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a doação de pessoas jurídicas. Punições passíveis de multa, como propaganda irregular ou abusiva em campanhas, assim como o descumprimento da cota de gênero e raça nos pleitos serão anulados caso a proposta seja sancionada e incorporada à Constituição.

A proposta avançou na Câmara mesmo com a forte pressão que parte de mais de 50 membros do próprio “conselhão” de Lula e a mobilização de organizações da sociedade civil que atuam no campo do combate à corrupção, do direito eleitoral e da participação política de mulheres e negros, que enviaram mais de uma carta aos deputados. Na próxima fase, o mérito passará por avaliação de uma comissão especial antes da proposta ir a plenário. Caso a proposta vá a Senado e seja aprovada, será a quarta anistia autoconcedida pelos partidos em 30 anos.

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