Porto Alegre, terça, 01 de outubro de 2024
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Atraso do Brasil dá tristeza, por Pedro Doria/O Globo

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Tudo indica que Lula não acredita na ideia de economia verde, o caminho mais fácil para a inserção do país no século XXI. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva: poder reduzido Foto: Sergio Lima/AFP

 

 

O que pensa o governo Lula? A pergunta é importante. Qual sua ideia de Brasil? Em grande parte, o presidente foi eleito por suas credenciais democráticas. Fez durante a campanha um discurso vago, sem grandes compromissos, na essência prometendo que não seria Jair Bolsonaro. A esta altura de maio, alguns sinais deveriam preocupar. Tudo indica que ele não acredita na ideia de economia verde, o caminho mais fácil para a inserção do país no século XXI. Também há sinais de que ele não percebe como fomentar uma indústria digital. O noticiário desta semana deixa tudo isso alarmantemente claro.

Na edição de quinta-feira do Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um artigo com seu vice, Geraldo Alckmin, afirmando o compromisso com a reindustrialização. O cheiro que deixa é, embora nunca dito, de que ainda procura empregos bons para operários. Eles não existem mais. Insinua o sonho de exportar motores a combustão de etanol para a África. É sonhar pequeno. Aposta na indústria de semicondutores — aí é sonhar grande. Será que deseja competir com Taiwan, algo que Estados Unidos e China batalham para conseguir? No rastro, deixa um mísero parágrafo no pé para educação. E fala só de educação de base.

Os exemplos de China e Coreia do Sul mexem, realmente, com os sonhos de boa parte dos economistas desenvolvimentistas no Brasil. Lá houve dirigismo estatal, pesados investimentos, e criou-se num par de décadas uma indústria digital moderna e sofisticada, capaz de competir de igual para igual com qualquer potência.

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