Porto Alegre, terça, 01 de outubro de 2024
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Aeroporto de Buenos Aires vira 'marquise' de sem-teto com agravamento da crise, por Júlia Barbon/Folha de São Paulo

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Aeroporto de Buenos Aires vira 'marquise' de sem-teto com agravamento da crise, por Júlia Barbon/Folha de São Paulo Aumento da pobreza na Argentina leva pessoas em situação de rua a viverem por meses ou anos no Aeroparque Jorge Newbery. Carlos Fernández, 49, e Graciela Cirigliano, 63, estão entre as dezenas de pessoas que moram há meses no aeroporto de Buenos Aires, o Aeroparque Jorge Newbery - Júlia Barbon/Folhapress

 

 

“Coma sem culpa”, diz a embalagem do pacote de batata frita que um amigo de Hernán Osvaldo acaba de trazer da mesa ao lado. “As pessoas aqui têm dinheiro, dão uma mordida assim e jogam fora”, diz, dando uma dentada no ar, segurando um hambúrguer imaginário. “Mas para a gente vale muito.”

Os restos de fast food são tudo que o homem de 38 anos tem comido desde que se mudou para a calçada do Aeroparque Jorge Newbery, há seis meses. O aeroporto internacional fica a poucos minutos do coração de Palermo, um dos bairros mais caros de Buenos Aires, e é a porta de entrada de muitos turistas brasileiros à Argentina.

Com a piora da crise econômica e o crescimento da pobreza, o local virou casa para quem não tem onde morar, como publicou o jornal O Globo. São dezenas de pessoas dormindo nos salões e corredores por meses e até anos, em cena que lembra as marquises dos centros de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, em menor escala.

O policial Lisandro Nuñes estima que ao menos 50 sem-teto vivam permanentemente ali, mas calcula que à noite o número passa de cem. “Quando comecei a trabalhar, há um ano, já era assim, mas se intensificou nos últimos meses”, diz ele, vestindo o colete laranja da Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA).

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