A Câmara dos Deputados adiou a votação da medida provisória (MP) que reestrutura os ministérios e deixa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma bomba-relógio que pode explodir na sexta-feira, 2 de junho. A votação, que teria início perto da madrugada, passou para a manhã desta quarta-feira, a partir das 11h. A MP vale até a quinta-feira, 1º, e, caso o prazo expire, o desenho da Esplanada, com 37 pastas volta ao que era no governo Jair Bolsonaro, com 23. Como mostrou o Estadão, 17 ministros perderiam o posto.
Insatisfeitos com a articulação política do Palácio do Planalto, deputados de partidos como União Brasil, Republicanos e PP ameaçaram votar contra o texto, além do oposicionista PL. Na avaliação de líderes partidários, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que “entrar em campo” para tentar solucionar a falta de coesão da base aliada no Congresso. Há reclamações principalmente sobre o ritmo de liberação de emendas e a demora na nomeação de aliados para cargos regionais.
“Há um clima de insatisfação que eu nunca vi igual. Parece que o governo já tem quatro anos. É um governo novo que é velho. Está muito complicado. Ninguém tinha confiança de que, se votasse hoje, o governo ganharia. O risco de derrota era iminente. Até os líderes petistas e da esquerda têm essa consciência de que o governo está totalmente desarrumado politicamente”, disse o deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), que faz oposição ao governo.
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