Porto Alegre, quarta, 02 de outubro de 2024
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Baixo valor do resíduo reciclável contribui para lixo nas ruas de Porto Alegre, por Bruna Suptitz/Jornal do Comércio

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Resíduos que poderiam ser reciclados se acumulam em contêineres BRUNA SUPTITZ/ESPECIAL/JC

 

 

O preço baixo que está sendo praticado no mercado de materiais recicláveis pode ser parte de um problema escancarado desde o início do ano nos contêineres da coleta de lixo de Porto Alegre. Somado aos atrasos na coleta por parte da empresa responsável, o descarte inadequado de material reciclável nos equipamentos, que deveriam receber somente as sobras orgânicas e o rejeito, faz com que as estruturas fiquem superlotadas e atinjam a capacidade máxima cada vez mais rápido.

No entanto, os recicláveis que costumavam ser retirados de dentro dos contêineres por catadores estão, agora, acumulando lá dentro. Um dos fatores que contribui para isso é o baixo valor que está sendo pago pelos recicláveis, o que faz com que muitos catadores deixem de coletar parte dos resíduos descartados nos contêineres. “Os catadores só recebem pela venda do material e não tem nenhum tipo de regulação do preço”, explica Alexandro Cardoso, catador, cientista social e membro do Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis.

Para os trabalhadores informais, o baixo valor não compensa o custo de tempo empregado em separar o lixo por tipo, nem do material utilizado na triagem dos resíduos. Como exemplo, Cardoso cita o papelão, que um ano atrás chegou a valer R$ 1,80 o quilo e hoje é vendido por cerca de quarenta centavos o quilo – o gasto em energia para prensar o material e com o arame para formar os fardos pode gerar mais custo que o ganho que será obtido com a venda. Mas o impacto extrapola as ruas e tem chegado às cooperativas. Em qualquer dos casos, economicamente, a conta não fecha.

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