Pelo menos no curto prazo, o economista Marcos Lisboa afirma que os sinais da economia são melhores do que o cenário que se observava na virada do ano. Na avaliação do ex-presidente do Insper, os fatores que contribuem para essa visão mais positiva são o reconhecimento do governo sobre a necessidade de ter “um certo controle de gastos”, a reforma tributária liderada por Bernard Appy e os dados melhores de emprego e atividade econômica.
“E tudo indica que vamos ter uma queda da inflação nos próximos meses, que é mais uma boa notícia. Houve avanços importantes nesse período e que estão colaborando para uma melhora do cenário a curto prazo”, afirma.
A dúvida de Lisboa – que ocupou o cargo de secretário de Política Econômica no primeiro governo Lula – é se esse cenário de melhora continua no médio prazo. A economia brasileira, de acordo com ele, lida com problemas estruturais microeconômicos que afetam o investimento e a capacidade de crescer de forma sustentável por vários anos.
“Agora, qual é o fôlego dessa melhora? O País reduziu a incerteza na questão fiscal e está tendo uma safra (agrícola) fantástica”, diz. “A questão é aproveitar este momento para, primeiro, avançar na reforma tributária. Segundo, o fiscal vai cobrar seu preço mais tarde. E tem toda uma agenda de melhora da produtividade, de resolver essas incertezas sobre ambientes regulatórios, para que esse ciclo seja mais longo.”
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