Porto Alegre, quarta, 02 de outubro de 2024
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"Independência dos bancos centrais está sob pressão política", diz professor, por Vicente Nunes/Correio Braziliense

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"Independência dos bancos centrais está sob pressão política", diz professor, por Vicente Nunes/Correio Braziliense Manuel Romera Robles, diretor do setor financeiro do IE Business School, aponta que a dificuldade das autoridades monetárias em controlar a inflação aumenta o descontentamento da população, em especial, a mais pobre (crédito: Divulgação)

 

 

O Banco Central Europeu (BCE) chegou aos 25 anos na quinta-feira (1°/6) com desafios enormes pela frente. Além de lidar com uma inflação resistente, de 7% anuais, encara mudanças estruturais na economia da zona do euro, como a nova estrutura geopolítica, o envelhecimento da população, a digitalização do dinheiro e as questões ambientais. Há correntes de economistas e políticos que defendem alterações na meta de inflação, de 2% ao ano, sob o argumento de que esse objetivo limita ações em prol de um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) e da geração de empregos, sobretudo, para os mais jovens, as principais vítimas das sucessivas crises econômicas enfrentadas pelo mundo nesse um quarto de século.

Pelas contas do professor Manuel Romera Robles, diretor do setor financeiro do IE Business School, em Madri, dos 300 meses de existência do BCE, em apenas 51 (17%) a inflação ficou na meta. Isso, no entender dele, comprova que a instituição está longe de cumprir sua missão, apesar dos avanços conquistados pelos quatro presidentes que a comandaram nesses 25 anos. A atual comandante do banco, Christine Lagarde, acredita que ainda não está na hora de se tratar desse tema. O certo, porém, é que as incertezas aumentaram e as expectativas dos cidadãos da zona do euro ante a inflação estão pior momento da série histórica. “Um problema que o BCE terá de administrar”, afirma o professor. “E são os consumidores mais velhos os mais pessimistas.” Ele diz mais: “A independência e os mandatos dos bancos centrais do mundo estão sob pressão política”.

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