Ao indicar um amigo pessoal e defensor para o STF, o presidente Lula reconhece um fato. O de que o Supremo se tornou uma instância política exercendo forte interferência política.
Claro que a indicação desagradou aos que defendem princípios como o da impessoalidade, ou cobram coerência entre o que candidatos dizem antes de uma eleição e o que praticam depois (Lula disse na campanha que era um atraso nomear amigos para o STF).
Defender princípios na política brasileira é uma questão de oportunidade, e os princípios podem variar também por conveniência política, da qual nem o Supremo escapa em meio às ondas contraditórias na incessante tempestade política. Basta lembrar episódios como a prisão em segunda instância.
Essa constante turbulência foi recentemente descrita aqui pelo sociólogo Bolívar Lamounier como a falência completa da política – aliás, um argumento-padrão de integrantes do Supremo para explicar como, ao longo da linha do tempo, o Judiciário foi se tornando uma instância que interfere no Executivo e no Legislativo.
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