Porto Alegre, quinta, 03 de outubro de 2024
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Congresso Nacional nem abre a boca para se opor a consórcio STF-Lula, por J.R. Guzzo/O Estado de São Paulo

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Congresso Nacional nem abre a boca para se opor a consórcio STF-Lula, por J.R. Guzzo/O Estado de São Paulo Não está clara qual a utilidade de um Parlamento que tem leis pura e simplesmente eliminadas pelo Judiciário. Câmara aprovou projeto de lei que trata do marco temporal para terras indígenas; STF também discute tema Foto: Dida Sampaio/Estadão

 

 

O Congresso brasileiro está a ponto de se tornar uma repartição pública inútil – ou um desses enfeites que as ditaduras mantêm para fingir que são democracias, mas que não mandam nada, não representam ninguém e não têm, na prática, a mais remota possibilidade de contrariar a vontade e as decisões de quem de fato governa o país. O Congresso Nacional existe, faz votações em plenário e produz outros ruídos próprios dos regimes democráticos. Também custa R$ 40 milhões por dia, ou R$ 14 bilhões por ano – o que talvez leve o pagador de impostos a se perguntar se há algum arcabouço fiscal capaz de resistir a um negócio desses.

Mas e daí? Cuba tem um Congresso. A China também. Até a Coreia do Norte tem o seu; chama-se “Assembleia Popular Suprema”, que é formada, imaginem só, por 687 deputados, um por distrito, e com mandatos de cinco anos. O Brasil, do jeito que vai, está ficando cada vez mais parecido com essas notáveis democracias populares. Talvez, aqui, se faça mais simulação de atividade; às vezes, pelo barulho, até parece que há um Parlamento de verdade em funcionamento. Mas na vida real não acontece nada. Sua capacidade de se opor ao consórcio STF-Lula, que é quem decide tudo neste país, é de três vezes zero.

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