Porto Alegre, sábado, 30 de novembro de 2024
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Os polêmicos instrutores do curso do PT para formar futuras lideranças, por Hugo Marques/Veja

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Ex-ministros e um ex-deputado que já foram condenados e presos por corrupção fazem parte da equipe. MEMÓRIA SELETIVA - A aula do ex-ministro José Dirceu: “Nunca houve tanta corrupção como na ditadura militar” (./Reprodução)

 

 

Desde que foi fundado, em 1980, o PT tem Lula como o seu maior expoente e sua principal liderança. Há quarenta anos, nada acontece no partido sem a aquiescência do atual presidente. As raras estrelas que brilharam um pouco mais nesse período acabaram se apagando ao longo do tempo ou foram fulminadas por escândalos e disputas
internas. Olhando para o futuro, a Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido, está promovendo um curso de  ormação de novas lideranças de esquerda. Pela internet, são oferecidas aulas gratuitas aos interessados em trilhar os nem sempre muito iluminados caminhos da política. De acordo com os organizadores, a proposta é oferecer uma
espécie de bê-á-bá aos candidatos a futuros dirigentes, confrontando fatos que marcaram a história recente do país. Depois de aprenderem a pensar, os alunos serão orientados sobre como atuar. Chamam atenção alguns nomes do corpo docente encarregado da tarefa.

Entre os quarenta professores que ministram aulas em vídeo sobre temas variados estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-deputado José Genoino e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega — três figurões do partido que não são exatamente aquilo que se poderia considerar como farol. Dirceu, sem dúvida, foi — e talvez ainda seja — o mais importante e influente deles. Além de comandar a legenda por sete anos, o ex-ministro chegou a ser cotado, em 2003, como sucessor natural de Lula — projeto interrompido por uma condenação a 39 anos de prisão por corrupção. A aula tem 21 minutos e o tema é “Fragmentação, luta armada e desarmada, resistência à ditadura”. Nela, Dirceu até discorre sobre corrupção, mas não a corrupção que enredou ele próprio e o seu partido nos governos de Lula e Dilma. “Nunca houve tanta corrupção como na ditadura militar”, observa.

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