Porto Alegre, sexta, 04 de outubro de 2024
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Patrulha da língua: Cartilha pública que imputa racismo à palavra "esclarecer" é manifestação clara de obscurantismo, por Lygia Maria/Folha de São Paulo

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Protesto do movimento negro contra o racismo em frente ao consulado da Espanha em São Paulo - Bruno Santos - 23.jun.23/Folhapress

 

 

A Prefeitura de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, lançou uma cartilha com termos racistas que devem ser evitados por professores e alunos. Intitulado “Expressões Racistas: Por que não usar?”, o material foi produzido pelo Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação e tem só duas referências bibliográficas: uma cartilha do TSE e uma reportagem da BBC.

Entre os 36 verbetes listados, há expressões de fato racistas como “cabelo ruim” e “serviço de preto”. O problema é a inclusão de termos que, segundo especialistas, não têm relação com discriminação racial, como “criado-mudo”, “feito nas coxas” etc. Ou seja, é dinheiro do contribuinte usado para ensinar conteúdo falso que promove censura.

A presença do termo “esclarecer”, por exemplo, causa espanto. O racismo se dá porque a palavra “transmite a ideia de que a compreensão de algo só pode ocorrer sob as bênçãos da claridade, da branquitude, mantendo no campo da dúvida e do desconhecimento as coisas negras”.

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