Porto Alegre, sexta, 04 de outubro de 2024
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'Se tendência atual continuar, autocracia, anarquia e desgoverno serão os regimes mais comuns no futuro', diz escritor venezuelano, por Marina Gonçalves/O Globo

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Em seu novo livro 'A Vingança do Poder', Moisés Naím diz que derrota de Bolsonaro precisa ser comemorada e critica Lula por se encontrar com Maduro. O escritor venezuelano Moisés Naím Divulgação

Em seu novo livro, “A Vingança do Poder” (Editora Cultrix), o escritor venezuelano Moisés Naím fala sobre as novas fórmulas de autocracia no mundo, que exploram o que ele chama de 3P: populismo, polarização e pós-verdade. Em entrevista ao GLOBO, Naím alerta sobre os perigos da autocracia disfarçada de democracia, cita Bolsonaro como o exemplo mais recente da onda de líderes da América Latina que usam este modelo e diz que sua derrota na eleição do ano passado foi uma vitória da democracia. Ao mesmo tempo, critica o encontro recente entre Lula e Nicolás Maduro: “É uma vergonha que ele apareça abraçado com um torturador”.

Dez anos depois de ‘O Fim do Poder’, ‘A Vingança do Poder’ fala sobre as novas formas de autocracia nos dias de hoje. O que mudou nessa década, e qual o papel da pós-verdade nesse processo?

Meu primeiro livro, há mais de 10 anos, analisa de que maneira o poder estava se dispersando em todas as partes do mundo. Em qualquer lugar onde houvesse seres humanos interagindo, e onde o poder era importante, ele estava se esfumando e se tornando mais fraco. Mais de dez anos depois, o que quero mostrar com este novo livro é como isso não apenas continua acontecendo, como agora o poder está ficando mais concentrado, o que não é excludente. Vemos como há agora um enfraquecimento do poder e, ao mesmo tempo, uma concentração de poder. Ou seja, como as forças centrífugas que dispersam o poder e as centrípetas que concentram o poder coexistem e interagem entre elas.

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