Em sua última coluna no Estadão, o economista José Roberto Mendonça de Barros criticou o tom duro do comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 21 de junho. No encontro, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano e — ao contrário do que previa o mercado — não deixou a porta aberta para um corte da Selic na reunião de agosto.
“Me parece que o Banco Central perdeu o timing para reconhecer que temos uma enorme deflação de bens (é só olhar os preços de bens agrícolas e industriais no atacado) e uma lenta e segura desinflação de serviços”, escreveu Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Associados e ex-secretário de Política Econômica.
Nesta quarta-feira, 27, ao divulgar a ata do encontro, o Banco Central surpreendeu ao adotar um discurso menos duro e revelar que há uma divergência entre os diretores, com um grupo apontando que existe um processo de desinflação em curso, abrindo espaço para uma queda dos juros na reunião de agosto.
“Eu acho que (essa mudança de tom) teve um custo para autoridade monetária, mas é melhor que tenha sido assim do que repetir aquela dureza”, afirma. “Tem um pequeno risquinho na credibilidade (do BC).”
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