Porto Alegre, sexta, 04 de outubro de 2024
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Porto Alegre: CEEE-Equatorial explica na Câmara a falta de energia após o ciclone

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Executivos compareceram ao Plenário para apresentar ações da empresa após o ciclone (Foto: Fernando Antunes/CMPA)

 

 

Representantes da CEEE-Equatorial compareceram na Câmara Municipal de Porto Alegre para explicar os problemas de abastecimento de energia elétrica na cidade registrados após o ciclone ocorrido nos dias 15 e 16 de junho. O comparecimento é resultado da convocação feita pelo presidente Hamilton Sossmeier (PTB) em reunião com a direção da concessionária na última terça-feira (27/6).

Segundo a empresa, apesar do plano de contingência montado a partir de previsões meteorológicas, o evento climático foi muito superior ao que se esperava. O executivo da área de Manutenção da empresa, Felipe Wehrmann, explicou que as previsões indicavam ventos de até 70 quilômetros por hora, mas durante o ciclone ultrapassaram os 100 km/h.

Wehrmann revelou que foram mobilizadas 460 equipes de campo para atender as ocorrências, o que representa dez vezes mais que o número normal de equipes. Conforme ele, apesar da gravidade do evento, a empresa conseguiu restabelecer a energia para 72% dos consumidores em 24 horas e para 90% em 48 horas. “O ciclone deixou sem energia 273 mil clientes apenas na Capital, o que representa 33% da população atendida na cidade, e 422 mil na área de atuação da empresa.”

O representante da companhia observou que o grande número de árvores derrubadas pelo vento dificultou o trabalho de conserto das redes. Além disso, conforme ele, o vento constante e os alagamentos comprometeram o trabalho porque não havia a segurança mínima exigida para atuação das equipes. “Considero a recomposição (do abastecimento de energia), diante do volume de estragos, um sucesso, pois a grande maioria dos clientes teve a energia restabelecida em 24 horas.”

O executivo de Relacionamento com o Cliente, Alessandro Trindade, também considerou bom o atendimento prestado aos clientes durante e após a passagem do ciclone. Informou que houve incremento de 35% nas posições de atendimento por telefone entre os dias 16 e 20 de junho. Trindade admitiu que, mesmo assim, foram registrados congestionamentos no serviço em alguns momentos, por conta da alta demanda. “Eram previstas até 60 mil chamadas no período de 16 a 20 de junho, mas ocorreram 109 mil contatos. Na medida do possível, o atendimento funcionou muito bem.”

Resposta a questionamentos

Após a apresentação inicial, os representantes da CEEE-Equatorial responderam a uma série de questionamentos dos vereadores. O presidente da Casa, Hamilton Sossmeier, fez ainda a leitura de questionamentos à concessionária, enviados por cidadãos porto-alegrenses por meio das redes sociais oficiais do parlamento. Julio Eloi Hofer, assessor de Relações Institucionais da empresa, assumiu o compromisso com os parlamentares de dar um retorno individual para as demandas apresentadas. Ele salientou a importância de se criar um canal de relacionamento entre os vereadores e a CEEE-Equatorial, dizendo que há um atendimento específico para a prefeitura e o Legislativo em Porto Alegre.

Respondendo a uma pergunta sobre eventual falta de funcionários na CEEE-Equatorial, Hofer disse que a companhia conta hoje com aumento superior a 30% no quadro de funcionários, em relação ao momento em que foi privatizada. Em relação a uma questão sobre postes caídos, o assessor destacou que 75% dos postes da empresa são de madeira, e que isso demanda manutenção constante.

Hofer afirmou que a companhia vem substituindo cabos sem proteção (a chamada rede nua) por cabos protegidos, para que não haja falta de energia com a queda de galhos. Ele esclareceu que há uma parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para o manejo florestal, com poda preventiva, e que, após o ciclone, a empresa procurou estabelecer uma resposta coordenada com a prefeitura de Porto Alegre, e que a Smamus ajudou na retirada da vegetação caída. Hofer ressaltou que o ciclone foi o “pior evento dos últimos 40 anos”, conforme classificação dos órgãos especializados em meteorologia.