Porto Alegre, domingo, 06 de outubro de 2024
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Graças tem sua primeira cirurgia neurológica com paciente acordada

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Foto: Divulgação - HNSG

 

 

O Hospital Nossa Senhora das Graças teve a primeira neurocirurgia realizada com uma paciente acordada e com monitorização da fala. Fabiane Backes, 46 anos, moradora de Ivoti, passou pelo procedimento no final do mês passado, está bem e continua sendo acompanhada pela equipe.

“A paciente está falando fluentemente e fazendo fisioterapia”, relata o neurocirurgião Gabriel Frizon Greggianin, responsável pelo procedimento. A cirurgia contou com o auxílio do também neurocirurgião Diego Zambonin e da médica anestesista Priscila Estevam.

De acordo com Greggianin, o método de operar com o paciente acordado é muito útil e ajuda a remover tumores cerebrais com mais segurança e efetividade. Ele ressalta que a técnica é segura, desde que cirurgiões e anestesistas sejam treinados. O neurocirurgião, que se especializou em neurocirurgia oncológica, aprendeu a técnica em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês. “Não é usada para todos os casos, são casos selecionados que se beneficiam”, afirma.

O profissional explica que durante a operação foram aplicados testes de linguagem, personalizados ao tipo de alteração apresentada pela paciente e também à localização do tumor. O paciente não sente dor, uma vez que a analgesia é otimizada e o próprio cérebro não possui receptores de dor relevantes. Segundo o cirurgião, o resultado do exame de ressonância pós-operatória foi bastante satisfatório. “Conseguimos remover grande parte da lesão sem gerar sequelas graves e ficamos bastante satisfeitos com o resultado”, declara.

“Ela está se recuperando super bem. Além da fisioterapia, na próxima semana começa o tratamento fonoaudiológico”, informa a irmã, Juliane Backes Hoff. De acordo com Juliane, a família ficou muito satisfeita com o atendimento da equipe de Greggianin. Ela relembra que, há 20 anos, Fabiane passou por uma cirurgia tradicional, com anestesia geral, bem diferente desta nova técnica realizada com anestesia local. Quando souberam da reincidência do tumor no cérebro, uma das principais preocupações era com a fala, mas deu tudo certo. “Ela está falando normalmente, já caminha praticamente sozinha. Apresenta apenas uma instabilidade na mão direita. Só temos a elogiar e agradecer a toda a equipe do Graças”.