Porto Alegre, quinta, 10 de outubro de 2024
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ARTIGO: Empreendedorismo como demanda de aprendizagem, por André Fozzy

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É certo dizer que o espírito empreendedor desperta cada vez mais cedo nos jovens. A era digital e a facilitação do acesso a informações e ferramentas colaboram para isso, ainda mais àqueles adolescentes que já têm exemplos em casa através de pais ou parentes próximos donos de negócios. Esta motivação, contudo, deve ser acompanhada de educação e instrução de modo a que, já no decorrer da vida escolar, o jovem possa direcionar este impulso a algo que lhe faça sentido e confira com suas expectativas.

Não é de hoje que a sala de aula funciona como espaço fomentador de empreendedorismo à juventude. Iniciativas como a Junior Achievement vêm há mais de um século plantando a semente do empreendedorismo, da educação financeira e do mercado de trabalho para meninos e meninas de toda a América Latina por meio do método “aprender-fazendo”. No entanto, num mundo cada vez mais conectado e disruptivo, há de se encontrar mais e novas alternativas. O desejo de empreender deve vir alicerçado também de soluções que respondam a estas necessidades, portanto deve deixar de ser uma atividade no extraclasse e ser incorporado ao currículo.

Uma educação para o Ensino Médio que traga elementos do universo dos negócios mostra-se como uma proposta consistente para introduzir, incentivar e desenvolver o espirito empreendedor no jovem. Mesmo ainda debatido, o Novo Ensino Médio abre caminho para uma proposição mais efetiva neste sentido por meio dos chamados “itinerários formativos”, os quais abrangem Linguagens, Matemáticas, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Aperfeiçoando estas quatro áreas, é possível oferecer ao estudante ênfases de formação que, efetivamente, conversem com seus anseios através de ensinamentos teóricos e práticos focados e programáticos. Mais do que isso, intercambiando estas áreas de maneira a dar uma amplitude de experiências e conhecimentos capazes de auxiliá-lo a adentrar no meio empreendedor com assertividade e satisfação. Capacidades artísticas, por exemplo, podem (e devem) conversar com habilidades de sustentabilidade empresarial, humanidades, tecnologia e inovação.

André Fozzy é Diretor do Anglo Porto Alegre – Divulgação

Seja para dar continuidade ou aperfeiçoar o negócio de suas famílias ou mesmo para empreender num novo segmento, a educação se faz fundamental para preparar o jovem que aspira este tipo de caminho profissional.

O mercado de startups, por exemplo, está aí para multiplicar as oportunidades. Estima-se que o Rio Grande do Sul tenha mais de mil startups, sendo o Brasil um dos países em que estas mais crescem em quantidade no mundo e, em média, seus “founders” têm menos de 32 anos segundo dado da ACE Startups.

Por isso, termos do universo corporativo como “sucessão”, “governança” ou “ESG” podem parecer muito distantes da sala de aula, mas não são. É justamente este ambiente escolar o ideal para que o coração do estudante comece a bater mais forte quando ver escrita a palavra “empreender”.