A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) participou de audiência pública da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (CEDST) da Assembleia Legislativa sobre o Piso Regional, nesta quarta-feira. A audiência foi convocada pelos deputados Professor Claudio Branchieri e Miguel Rossetto. “O reajuste proposto pelo Governo Estadual, de 9% para o salário mínimo regional, surpreendeu as federações empresariais, tanto pela ausência de diálogo prévio, como pela magnitude do índice proposto”, disse o diretor do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (CIERGS) e coordenador do Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) da FIERGS, Guilherme Scozziero, que representou a FIERGS.
Scozziero lembrou que este reajuste é apresentado poucos meses após o piso regional ter sido elevado. Em fevereiro desse ano, já foi concedido um reajuste de 10,6%, acima do INPC registrado para o período, que foi de 5,71% no acumulado em 12 meses até janeiro. A FIERGS defende a aprovação de emenda ao Projeto de Lei 290/2023, que reajusta o mínimo regional, de autoria do deputado Gustavo Victorino, e que vincula o reajuste ao aumento dado pelo governo aos funcionários públicos. “Compreendemos que a emenda apresentada pelo deputado Gustavo Vitorino pode representar o início de um caminho para se buscar a isonomia e harmonia entre os setores público e privado”, reforçou.
Também presente na reunião, o vice-presidente do CIERGS Thômaz Nunnemkamp afirmou que enquanto o Estado não conseguir elevar o nível de produtividade, em razão de inúmeras variáveis, entre elas a baixa qualificação profissional, a ausência de infraestrutura necessária para a produção e a elevada carga tributária, não haverá como elevar o padrão salarial. “Os salários devem crescer com a produtividade”, disse.
O PL 290/2023 tramita atualmente na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa e aguarda a apresentação de parecer da relatora, deputada Delegada Nadine. O economista chefe da FIERGS, Giovani Baggio, também participou da audiência, assim como representantes de sindicatos industriais, da Fecomércio, Federasul, Farsul, FCDL, Sindilojas, Conselho Regional de Economia e centrais sindicais. A participação da FIERGS foi organizada pelo Contrab e pelo Conselho de Articulação Parlamentar (Coap) da entidade.