Porto Alegre, segunda, 14 de outubro de 2024
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PF investiga tentativa de entrada de rede terrorista no Brasil. Suspeitos de planejar ataque terrorista com o Hezbollah no Brasil foram presos

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A Polícia Federal está investigando a hipótese de uma rede terrorista buscar se instalar no Brasil. A Operação Trapiche foi deflagrada hoje para interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para atos extremistas no país. Segundo a PF, foram cumpridos mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.

Não foram divulgados nomes dos detidos nem as cidades onde os mandados foram cumpridos. Um deles foi preso no aeroporto de Guarulhos, quando chegava do Líbano.

De acordo com o apurado pela Folha de S. Paulo, o planejamento envolveu recrutados pelo Hezbollah, grupo islâmico xiita que atua no Líbano. O Hezbollah recebe financiamento do Irã e, na guerra atual entre Israel e o Hamas, é aliado do grupo palestino, tendo inclusive atacado partes do território israelense.

A operação ocorreu nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal e, além de dois mandados de prisão temporária, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Subseção Judiciária de Belo Horizonte. Segundo a Justiça, a operação corre em sigilo e não serão fornecidas, por enquanto, mais informações sobre as investigações.

Um policial ouvido pela reportagem da BBC Brasil reforçou que os suspeitos são financiados pelo Hezbollah e planejavam fazer ataques contra a comunidade judaica no Brasil.

Os recrutadores e recrutados responderão pelos crimes de constituir ou integrar organização terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão.

Os crimes previstos na Lei de Terrorismo se configuram hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto, e o cumprimento da pena para esses crimes se dá inicialmente em regime fechado independentemente de transito em julgado da condenação.

“Vejam que é uma hipótese. A Polícia Federal está investigando, mostrando que neste caso, nós só temos um lado, que é o lado da lei, que é o lado dos compromissos internacionais que o Brasil assumiu.

O ministro reforçou que ainda não há confirmação, mas a investigação mostra a seriedade do trabalho do governo federal para desarticular no Brasil eventuais redes internacionais voltadas ao terrorismo.

“Quando for possível, com certeza, a Polícia Federal vai divulgar os detalhes sobre isso”, assegurou. (Redação com Agência Brasil, Folha, Estado de Minas e BBC)