O racismo linguístico foi o tema do painel da tarde desta sexta-feira (10), no Auditório Sady Schwitz, no Paço Municipal. A atividade faz parte da programação do Mês da Consciência Negra, organizada pela Coordenadoria de Igualdade Racial, Povos Originários e Imigrantes. A abertura contou com a apresentação musical dos alunos de música da Associação dos Deficientes Visuais de Canoas (Adevic), que estavam acompanhados do professor Renato Larrosa.
“As ações afirmativas são sementes que estamos plantando, especialmente nas crianças. Se conseguirmos mudar a vida de uma pessoa, o trabalho já valerá a pena”, salientou a secretária especial da Coordenadoria, Ednea Paim.
O painel foi conduzido pelos graduandos Janaína Barbosa Rodrigues e Márcio Jacques, do curso de Letras da Universidade La Salle, que apresentaram a experiência do projeto integrador sobre “Racismo Linguístico”, que desenvolveram na instituição de ensino, e pelo pesquisador Ubirajara Carvalho Toledo, membro convidado da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra do Rio Grande do Sul da OAB-RS e do Instituto de Assessoria às Comunidades Remanescentes nos Quilombos.
De acordo com Janaína, o racismo linguístico é um tema novo nos processos de estudo. “Ele está presente não só nas expressões que trouxemos aqui, que é a forma mais fácil de combatê-lo, mas na nossa cultura. E como a língua portuguesa é uma língua viva, que está em constante transformação, é importante mudar essas expressões”, destacou.
Para Toledo, a linguística está no nosso dia a dia e precisamos nos apropriar dessa mudança. “Precisamos nos apropriar, mas também percebermos que reproduzimos alguns estigmas e que é necessário ter uma atenção para mudarmos nossa conduta”, reforçou.
A programação do Mês da Consciência Negra segue até o dia 30 de novembro.
