Porto Alegre, quinta, 14 de novembro de 2024
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RS: Gerdau defende 'harmonia e união' para Estado sair da crise. Empresário falou no Tá na Mesa, que celebrou os 200 anos da imigração alemã no Brasil 

Detalhes Notícia

 

Mesmo em meio à comemoração do Bicentenário da Imigração Alemão no Brasil, no Tá na Mesa, da FEDERASUL, a reconstrução do RS foi assunto entre os convidados da entidade. Nesta quarta (24), o evento recebeu o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, o cônsul-geral da Alemanha Marc Bogdahn, e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Cleomar Prunzel. Além de ressaltarem os traços de resiliência, organização e energia que ajudaram o RS na sua colonização, lembraram que essas mesmas características são necessárias hoje para a reconstrução.

O evento foi conduzido pelo presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, que ressaltou o papel crucial do setor empresarial na construção de pontes entre as duas nações e destacou as características do povo germânico. “Disciplina, determinação, capacidade de superação, mas principalmente no senso do comunitário. No zelo, no capricho pelo que é público”, afirmou.

Sousa Costa acredita que essas características explicam o desenvolvimento do país europeu e coincidem com os valores que a entidade preza. “As regiões prósperas são marcadas pelas características de associativismo e empreendedorismo” afirmou. 

Harmonia e união 

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter afirmou que, neste momento de retomada do estado, ainda não há uma “visão clara da totalidade das dimensões da catástrofe”. Lembrou que “é necessário uma harmonia e união, uma mobilização maior (entre diferentes setores, como governos, empresários e sociedade). É um trabalho de anos.”, explica Gerdau. 

Ele também defendeu que o governo federal disponibilize “uma ajuda maior” para a retomada do RS, concentrando esforços na reconstrução habitacional e da infraestrutura afetada. Gerdau defendeu que medidas semelhantes às da pandemia sejam implementadas, como a injeção de valores da União. 

De acordo com Gerdau o RS merece mais do que vem recebendo do governo federal, tendo em vista que, segundo ele, apenas 30% dos tributos arrecadados no estado voltam para o povo gaúcho. “O RS deveria receber equivalente ao que já contribuiu para o desenvolvimento do Brasil. Não tem cabimento”, afirmou. 

Lembrou da herança das características dos imigrantes alemães que trouxeram benefícios para o RS, como experiência financeira e em gestão de negócios, além educação e cultura de trabalho. 

Case de sucesso

Já Cleomar Prunzel, da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, reforçou a importância de fortalecer os laços comerciais para fomentar o desenvolvimento econômico mútuo. Segundo números apresentados por ele, a Alemanha é o maior parceiro comercial do Brasil na Europa, com R$ 25 bilhões de corrente comercial. 

Ele também ressaltou os cases de sucesso do empresariado teuto-brasileiro e gaúcho, como as Lojas Renner, a Stihl, a Fruki, e a própria Gerdau. “Em todo o Brasil, são 1,4 mil empresas alemãs, com mais de 250 mil colaboradores diretos, sendo responsável por 10% do PIB industrial do país”, explicou. 

Mas a próspera relação entre os dois países também está presente no momento de reconstrução do RS. Segundo ele, “a Câmara está tentando articular linhas de créditos junto a Brasília”, afirmou. 

Relações

O cônsul-geral da Alemanha Marc Bogdahn falou sobre as relações econômicas entre o RS e a Alemanha. Ele lembrou do sucesso da comitiva do governo do Estado durante a Feira de Stuttgart, que teve como resultado o anúncio do investimento da empresa Norbex, que passará a produzir turbinas de energia eólica. “O Rio Grande do Sul tem um potencial enorme de energia renovável. Para nós alemães, que somos tão dependentes de energia, é um aspecto muito importante”, explicou Bogdahn. 

Ele também também falou da importância das relações culturais e acadêmicas, por meio de acordos de colaboração . “Seja a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade Federal de Pelotas, (UFPel), a PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do RS) e a Unisinos, muitas outras. Isso é fortíssimo há muitas décadas”