Adolescentes e jovens adultos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) garantiram classificação para a 2ª etapa da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Destinada a estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, a iniciativa contribui para estimular o estudo da disciplina e identificar jovens talentos na “ciência dos números”. Em sua 19ª edição, mais de 18,5 milhões de alunos de todas as regiões do país participaram da prova na primeira fase.
Classificados à segunda fase, 28 socioeducandos do Rio Grande do Sul farão as provas no mês de outubro, integrando um universo de 900 mil alunos de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. O resultado da 1ª fase foi divulgado no início de agosto pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), organizador da atividade (IMPA), organizador da atividade.
“A primeira prova foi um pouco difícil, a matemática não é minha matéria preferida, mas acabei indo bem”, relatou um socioeducando, 18 anos, atendido pelo Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Santa Maria (Case) há 11 meses. Ele cursa o 9º ano na Escola Estadual de Ensino Médio Humberto de Campos, anexa à unidade. “Fiquei feliz quando soube que passei pra segunda etapa. É bom (necessário para a vida) saber fazer contas sem calculadora”, completou.
Em parceria com a Secretaria da Educação (Seduc), cada unidade da Fase é atendida por uma escola estadual exclusiva, garantindo a continuidade do processo de escolarização a todos os (as) adolescentes. A Fase está participando da OBMEP em 2024 com socioeducandos/estudantes de Novo Hamburgo, Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria e Uruguaiana.
“Socioeducandos de praticamente todas as unidades participaram da primeira etapa. Levamos a matemática para a vida toda. É uma área do conhecimento que está em toda a parte e que nos desafia diariamente”, refletiu o presidente da Fase, José Stédile. “Parabenizamos os alunos e os professores pela classificação à etapa seguinte. O desempenho dos jovens demonstra o sucesso das políticas públicas destinadas à educação para os jovens privados de liberdade no Estado”, completou.
Outros objetivos da iniciativa são promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento e contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica. “É uma experiência marcante e desafiadora para os adolescentes. A Olimpíada de Matemática é um importante momento para avaliarmos o nível de conhecimento construído nos bancos escolares”, destacou a chefe do Núcleo de Escolarização da Fundação, Jamille Cordeiro.
Saiba mais
Segundo os organizadores, a olimpíada é a maior competição científica do país e alcançou, neste ano, uma cobertura recorde na realização da prova: 99,9% dos municípios brasileiros e mais de 56,5 mil escolas participantes.
Criada em 2005 pelo IMPA e realizada com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), a competição é promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC).