Porto Alegre, quinta, 19 de setembro de 2024
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Bárbara Savannah aproxima a Amazônia do Rio Grande do Sul com mural no Instituto Ling, em Porto Alegre

Detalhes Notícia
Obra da artista visual paraense pode ser conferida com entrada franca, até o dia 31 de agosto. Público também pode conhecer o trabalho inédito em documentário disponível no canal do YouTube do centro cultural. Mural de grandes dimensões foi produzido durante o mês de abril. Crédito da foto: Eroica Conteúdo

 

 

Quem passar pelo Instituto Ling até o dia 31 de agosto pode conferir o mural criado pela artista visual paraense Bárbara Savannah na parede de entrada do centro cultural. Natural da Ilha do Marajó, ela traz referências do seu cotidiano na obra que apresenta uma paisagem imaginada, com camadas sobrepostas de água, da vegetação da floresta amazônica e da luz característica do Norte do Brasil, imbuída com a identidade da pintora, que cresceu em uma casa de frente para o rio. O trabalho de grandes dimensões foi desenvolvido em um espaço com 6m de largura e quase 3m de altura e pode ser visitado de segunda a sábado (exceto feriados), das 10h30 às 20h, com entrada franca.

O material que serviu de base para a intervenção artística foi o Xadrez verde, corante com baixo custo muito utilizado na região amazônica pelos ribeirinhos, construtores de barco e pintores locais. O item foi usado pela artista como forma de homenagear e de reforçar o comprometimento estético com o seu lugar de origem. “A combinação do Xadrez verde com a tinta branca destaca-se na vida cotidiana amazônica. Essa mistura não apenas evoca memórias e pertencimento cultural, mas representa meu primeiro contato com as cores e a mistura de tintas no mundo da arte”, explica Bárbara.

A intervenção artística levou cinco dias para ser executada e pode ser acompanhada em tempo real por quem visitou o Instituto Ling durante o mês de abril. A produção foi registrada em um documentário assinado pela produtora Eroica Conteúdo, com imagens de Marcelo Freire e direção audiovisual de Caio Amon. O filme está disponível no canal do YouTube do Instituto Ling.

A criação faz parte da terceira temporada do Ling Apresenta, projeto que convida artistas de diferentes regiões do Brasil a realizarem intervenções inéditas e que, neste ano, ainda receberá outros três jovens talentos do Norte do país selecionados pela curadora Vânia Leal, com o intuito de aproximar o Rio Grande do Sul da cultura amazônica. Para os próximos meses, estão confirmadas as participações da artista indígena Sãnipã, do Amazonas, além de Bonikta e Éder Oliveira, ambos do Pará.

Sobre a artista

Bárbara Savannah é uma artista originária do Pará. Residindo em Belém, participou de exposições coletivas como Mãe do corpo (2019), do coletivo Vênus, na galeria Benedito Nunes (Fundação Cultural do Pará); e Mulher ser Mulher (2020), na Fundação Cultural de Ilhabela – FUNDACI – SP; além de realizar a exposição individual Universo entre folhas (2021), na galeria Izabel Aquino. Destacando-se no muralismo, sua arte saudosista ecoa nas paredes das cidades, trazendo a temática amazônica e ribeirinha para o cenário urbano. Participou ativamente de projetos como o Igarapé da Paz (2022) e a Semana de Arte e Muralismo(2022) na Sede Fundação Cultural do Pará, em Belém. Além de sua prática artística, é aluna do curso de Arte-Educação no CEFART – Fundação Clóvis Salgado, em Minas Gerais.

Sobre a curadora

Vânia Leal Machado nasceu em Macapá, no Amapá, e vive e trabalha em Belém, no Pará. É mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura e atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organizações de salões. Foi curadora educacional do projeto Arte Pará e fez a curadoria de exposições como Mastarel: Rotas Imaginais (2019), de Elaine Arruda, no Banco da Amazônia; Tecidos de Certeza (2019), de Elisa Arruda, na Galeria Elf; Coleção Eduardo Vasconcelos (2021), nas Galerias Theodoro Braga e Benedicto Nunes no Centur; A Inversão do cotidiano (2022), de Elisa Arruda, na Galeria Ruy Meira; Nhe Amba (2022), de Xadalu Tupã Jekupe, no SESC Paraty; e Gravado na Alma (2023), de Eduardo Vasconcelos, no Banco da Amazônia. Também foi curadora da primeira Bienal das Amazônias em 2022-2023. Atualmente, é diretora de projetos da Bienal das Amazônias e faz parte do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo.

Sobre o projeto

Com o título Ling Apresenta: Amazônias, no tremor das vidas, essa é a terceira edição do projeto. A iniciativa surgiu em 2022, convidando quatro artistas do Rio Grande do Sul para realizarem intervenções artísticas inéditas na parede de entrada do centro cultural em Porto Alegre. No primeiro ano, o projeto teve curadoria da jornalista, pesquisadora e curadora independente Luísa Kiefer e contou com a participação dos artistas gaúchos Bruno Tamboreno, Fernanda Gassen, Gustavo Assarian e Talita Hoffmann. Em 2023, o Ling Apresenta expandiu sua atuação e ganhou a curadoria de Bitu Cassundé, que convidou diferentes artistas do Nordeste para criarem obras em Porto Alegre: o cearense Charles Lessa, o baiano Marcos da Matta, a maranhense Gê Viana e o duo Acidum Project, dos artistas cearenses Terezadequinta e Robézio Marques. A programação é uma realização do Instituto Ling e do Ministério da Cultura/Governo Federal, com patrocínio da Crown Embalagens.

SERVIÇO

Ling apresenta: Bárbara Savannah, com intervenção artística inédita

Artista: Bárbara Savannah

Curadoria: Vânia Leal

Visitação: até 31 de agosto, de segunda a sábado (exceto feriados), das 10h30 às 20h

Instituto Ling (Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre/RS)

Entrada franca

Assista ao documentário sobre a obra no canal do YouTube do Instituto Ling