A Câmara Municipal de Porto Alegre concedeu um diploma de homenagem ao povo de Israel pela bravura e resistência aos ataques do grupo Hamas ocorridos há um ano, no dia 7 de outubro de 2023. A cerimônia, proposta pela vereadora Fernanda Barth (PL) e pelo vereador Ramiro Rosário (Novo), ocorreu no período de Comunicações da sessão ordinária realizada no Plenário Otávio Rocha.
Conforme a proponente, a data não deve passar despercebida, pois simboliza um episódio de disseminação de preconceitos contra a comunidade judaica e um ataque aos princípios democráticos. “No dia 7 de outubro, testemunhamos um dos atos mais covardes jamais vistos na história da humanidade: o ataque de um grupo terrorista contra a população civil desarmada, durante um feriado judaico, em pleno Sabbath, no qual mais de 12.000 pessoas foram impactadas. As imagens desses eventos não saem da memória de quem assistiu: violência gratuita, estupidez, covardia, sadismo e muitas outras coisas que presenciamos”, relembrou.
Para Fernanda, o Hamas não representa o povo palestino e deve ser tratado como um grupo contrário aos direitos humanos fundamentais: “Esse movimento terrorista deixou uma marca de sangue no solo de Israel, mas eles não representam o povo palestino. Se realmente representassem o povo palestino, estariam buscando a paz. E a paz não se constrói massacrando civis. Se realmente desejassem um Estado próprio, aceitariam a existência do Estado de Israel, que já está estabelecido, e aceitariam a proposta de construção de um Estado palestino. Mas não é isso que vemos. Quando falam ‘do rio ao mar’, falam em erradicar o povo de Israel, em suprimir a única democracia da região”.
O presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, Marcio Chachamovich, reforçou as colocações da vereadora e afirmou que é legítimo discordar das ações do governo de Israel, mas generalizar a situação e ofender o povo judaico representa uma defesa do antissemitismo. “Antissemitismo não é apenas um ataque contra os judeus, é um ataque contra todos nós. Como conceber que, em pleno século 21, o antissemitismo ainda encontra espaço nas retóricas? Criticar o governo de Israel por suas ações é legítimo e democrático, mas não pode descambar para críticas generalizadas contra o povo judeu, como vem acontecendo desde o fatídico 7 de outubro. Após o ato terrorista, o antissemitismo no Brasil cresceu em 900%”, afirmou.
Chachamovich defendeu que manifestantes que clamam por direitos humanos e defendem o grupo Hamas deveriam direcionar seus esforços para combater regimes autoritários. “O que está em jogo no Oriente Médio hoje é a tentativa de derrubar a única democracia dessa região. Um país onde a diversidade é a regra, onde uma das maiores paradas gays do mundo é respeitada, onde as mulheres têm os mesmos direitos que os homens, onde árabes têm partido político e representatividade na sociedade, onde sua religião é respeitada. Se queimar bandeiras de Israel é visto como uma forma de protesto, simbolizando apoio aos mais fracos, sugiro que comecem a incinerar bandeiras da Rússia, Síria, Iêmen, Sudão e tantas outras ditaduras que massacram suas populações civis”, afirmou.