Nazistas em Viamão (Libretos, 152 páginas), de Pércio Kramer, versa sobre a emigração de uma família austro-alemã no período imediato ao fim da Segunda Guerra. Inicialmente, ela vem para o Rio Grande do Sul, na zona colonial alemã, depois fixa-se em Viamão, especificamente para o distrito de Águas Claras.
A família se relaciona com professores brasileiros e ocorre uma trama envolvendo nazistas, agentes israelenses e a Polícia Federal brasileira. Há ameaças, atentados, tiros, mortes, negociações, paixões e acordos. Há também um casal feliz e uma filha, que viajam à Europa para conhecer mais sobre seus antepassados. Trata-se de uma obra ficcional, um thriller. Todavia cita pessoas ou lugares que realmente existiram ou existem. Sua mensagem não deixa de ser um aviso quanto ao nazismo e suas ramificações. “Não vamos nos iludir, o nazismo é algo proscrito, mas não está morto”, vaticina o autor.
Professor em escolas estaduais, em Porto Alegre e Viamão, no Rio Grande do Sul, Pércio interessou-se pelo tema desta obra ao se deparar com frequentes notícias de neonazistas sendo presos ou intimados, com identidades falsas; e sobre descobertas de ouro, obras de arte ou relíquias. “Nazistas, novos ou velhos, parecem acalentar o sonho de edificar o IV Reich. Eles estão entre nós, em qualquer lugar. Pode ser o tio Pedro ou o vovô Hans. Eles estão por aí”, comenta.
A bibliotecária Luciana Kramer reforça no posfácio: “O alerta ao fantasma (nem tão fantasma) do nazismo vem para arrematar a obra: valiosa pela sua narrativa criativa e verossímil, pertinente pela pesquisa histórica e, por fim, assertiva por mostrar que os ideais odiosos do nazismo permanecem entre nós, seja em manifestações mais sutis, seja em movimentos abertos de propagação do ódio ao diferente. E ainda, sem medo de criticar entidades e potências, Pércio expõe verdades que abalam o senso de heroísmo e santidade destas ou daquelas”, observa.
Nazistas em Viamão
Pércio Kramer
Libretos, 152 páginas, ISBN 978-85-5549-062-0, 14 x 21 cm
Preço: R$35