Em junho de 2018, Onyx Lorenzoni era o coordenador da campanha de Jair Bolsonaro à presidência da República. Em entrevista à agência de notícias Reuters, ele disse que o então candidato planejava um corte “muito intenso” nos cargos em comissão do governo federal, caso eleito.
“O governo vai ser muito enxuto. O nosso conceito é buscar a eficiência”, disse Onyx, que é hoje ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro.
Ao contrário do que disse o ministro, porém, não existiu “corte intenso” de cargos, de funções e de pessoas sem concurso no 1º ano do novo governo — nos cargos de chefia e assessoramento, a redução no acumulado do ano foi de menos de 3%.
Cortes pesados realmente ocorreram, mas em outra área: nas gratificações técnicas, especialmente nas dos servidores das instituições de ensino federais.
Gratificações técnicas são recebidas por servidores que desempenham alguma tarefa extra, de caráter operacional, e geralmente têm valor menor.
Em dezembro de 2018, no fim do governo de Michel Temer (MDB), o número de cargos e funções comissionadas era de 32.694 em todo o poder executivo. No fim de novembro de 2019, o mesmo número era de 31.739, uma redução de apenas 2,9%.
Os dados foram consultados pela reportagem da BBC News Brasil no site do Painel Estatístico de Pessoal (PEP), um portal do Ministério da Economia que traz informações sobre os servidores.
A origem das informações é o Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), do governo federal.
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