“Um homem público de alta qualidade, que deu grande colaboração ao nosso Rio Grande do Sul e ao Brasil e que certamente deixa um enorme legado. Um líder que tratou a política melhor do que a política lhe tratou”. Foi assim que o governador Eduardo Leite definiu, neste sábado (25/1), a trajetória de Ibsen Pinheiro, ao comparecer no velório que ocorre na Assembleia Legislativa.
No local, acompanhado do secretário-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, Leite abraçou familiares, amigos e correligionários de Ibsen, entre eles o ex-governador Pedro Simon, que foi ao velório acompanhado do filho Tiago Simon, deputado estadual pelo MDB.
Em função da diferença de idade, Leite teve pouca convivência com Ibsen, mas lembrou de uma longa conversa que tiveram em 2015 no gabinete do deputado na Assembleia. “Pude comprovar que era um homem de diálogo para com os outros, construtor de boas relações, com convicções profundas, mas sempre com respeito para dialogar e construir as soluções”, disse. “Mesmo tendo sua carreira política afetada por denúncias que depois se comprovaram inverídicas, nunca deixou de ter serenidade, de defender a liberdade de imprensa e a política como instrumento de construção de consensos para melhorar a vida das pessoas”, acrescentou.
O governo do Estado decretou luto oficial por três dias em razão do falecimento de Ibsen. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial neste sábado.
“Sempre procurou vencer os embates com base em argumentos e na sua capacidade de debater, de formular frases, e deixa certamente um bom exemplo nesse tempo de polarização na política”, completou o governador.
Trajetória
Gaúcho de São Borja, iniciou a carreira política sendo eleito vereador em Porto Alegre, em 1976. Filiado ao MDB do Rio Grande do Sul, Ibsen Pinheiro foi deputado estadual e depois deputado federal por quatro mandatos, entre 1983 e 2011. No governo do Estado, Ibsen atuou como secretário de Comunicação de Germano Rigotto.
Participou da Assembleia Nacional Constituinte, responsável pela Constituição de 1989, e presidiu a Câmara dos Deputados no período do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.
Ibsen também era jornalista, advogado e atuou como promotor e procurador da Justiça. Foi presidente do Sport Club Internacional, clube pelo qual ainda foi dirigente por vários anos.