Após realizarem uma concentração na sede do sindicato, a categoria dos rodoviários fazem na manhã desta quinta-feira um protesto contra o pacote do transporte proposto pela prefeitura de Porto Alegre. O grupo iniciou uma caminhada até a Câmara de Vereadores, que hoje irá analisar entre outras medidas aquela que prevê a redução gradativa dos cobradores nas linhas. Além disso, a intenção da iniciativa do Executivo municipal é a redução da tarifa de ônibus para R$ 2,00 a partir de 2021.
Apesar da manifestação, os ônibus circulam normalmente em Porto Alegre. A categoria pretende percorrer a João Pessoa, Salgado Filho e Borges de Medeiros até a Casa Legislativa municipal.
Durante a caminhada, já na João Pessoa, houve um princípio de confusão entre uma cobradora da Carris e os demais integrantes do sindicato. Ela queria ir para o meio da rua porque os ônibus estão saindo do corredor, onde acontece a caminhada. Ela teria gritado que o sindicato que estava vendido e na mão das empresas.
O pacote
O pacote com cinco projetos que alteram radicalmente o transporte público de Porto Alegre é classificado pelo Governo como uma necessidade de ação. Gestado desde maio de 2019, as medidas impactam diretamente na tarifa e visam dividir mais a conta com a população. Para isso, as propostas incluem criação de novas taxas voltadas aos motoristas e empresas de aplicativo de carros, até uma mudança no sistema da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
O secretário municipal extraordinário de Mobilidade, Rodrigo Tortoriello detalhou no início desta semana o plano e como ele foi pensado. O secretário afirmou que a elaboração de uma nova matriz tarifária surgiu no primeiro semestre do ano passado, quando o prefeito Nelson Marchezan Júnior pediu que ele encontrasse uma forma de reduzir R$ 1 o preço da passagem. Com as medidas apresentadas na segunda-feira, e que podem ser votadas nesta quinta e sexta-feira em sessão extraordinária da Câmara de Vereadores, a gestão municipal projeta que a tarifa do ônibus seja de R$ 2 a partir de 2021 e não sofra nenhum reajuste neste ano.
Duas das medidas são as mais polêmicas: a que propõe taxação das corridas de aplicativos e a cobrança para motoristas que venham de outras cidades. Sobre a taxação dos aplicativos, Tortoriello afirmou não temer que a medida tire a competitividade ou inviabilize o negócio. Ele garante que não serão os profissionais os responsáveis por pagar R$ 0,28 por quilômetro rodado, mas, sim, as empresas.