Porto Alegre, terça, 07 de maio de 2024
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Turra projeta crescimento na produção de carne suína e de frangos, durante ExpoCasca

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Para Turra, além do clima, os diferenciais do Brasil em relação aos outros países estão em questões hídricas, de sustentabilidade e de sanidade.

“Há uma tendência de relativo aumento na produção brasileira e, por consequência, nas exportações de carnes suína e de frango”. As palavras do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, revelam as perspectivas do setor para os próximos anos. O dirigente palestrou no Simpósio do Agronegócio. O encontro ocorreu na ExpoCasca, no município de Casca, na região da Produção.

De acordo com dados da FAO apresentado por Turra, o mundo demandará do Brasil 41% do crescimento total na produção mundial de alimentos para os anos de 2026 e 2027. “As perspectivas são boas. E um dos fatores que vem contribuindo para essa elevação está no clima: a média de temperatura anual do nosso país é de 24,95 graus célsius. Essa característica reduz o custo de produção e auxilia na manutenção do status sanitário”, explicou o presidente da entidade e ex-ministro da Agricultura.

Para Turra, além do clima, os diferenciais do Brasil em relação aos outros países estão em questões hídricas, de sustentabilidade e de sanidade. “Temos condições para nos tornarmos ainda mais competitivos no mercado de proteína animal, sobretudo pela necessidade cada vez maior de segurança alimentar”, comentou.

Por outro lado, o Rio Grande do Sul vem perdendo competitividade frente a Santa Catarina nos segmentos da suinocultura e avicultura. “Em 2017, o Estado foi um dos mais prejudicados pela suspensão da Rússia da carne suína. O Rio Grande voltou a ganhar fôlego com a forte entrada na China em nosso mercado, em 2019, e com a consequente habilitação de plantas gaúchas”, salientou Turra.

Peste suína, coronavírus e os possíveis impactos nas exportações

Metade do rebanho de suínos e 25% da produção chinesa foi perdida em 2019, em razão da Peste Suína Africana. Os impactos atingiram o equivalente a 13 milhões de toneladas das 54 milhões toneladas produzidas ao ano pelo país asiático. “A China demandou mais da parceria pela segurança alimentar que construiu com o Brasil. Hoje, são nosso principais importadores de proteína animal”, destacou.

Mesmo diante do quadro de coronavírus no país asiático, as exportações devem se manter estáveis para o principal destino da carne suína brasileira. “Os efeitos ainda não estão absolutamente claros. Mas é certo que a China deve manter-se como uma das principais compradoras de alimentos do Brasil”, comentou o presidente Turra.

Painel conta com participação de entidades gaúchas

O painel “A Potencialidade da Proteína Gaúcha – Mercado e Tendências” foi mediado pelo jornalista Cleber Benvengú. O simpósio ainda contou com a participação de representantes do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Alexandre Guerra; da Emater, Oriberto Adami; da Associação de Criadores de Suínos do RS (ACSRS), Valdecir Folador; e da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Alceu Brugalli.