Porto Alegre, sábado, 21 de setembro de 2024
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Opinião: Alguém tem o vídeo do Bolsonaro convocando para as manifestações de 15/03?; por Roberto Rachewsky*

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Presidente Bolsonaro Foto: Arquivo pessoal

Alguém tem o vídeo do Bolsonaro convocando para as manifestações de 15/03?

Todo mundo diz que ele está conclamando a população contra o Congresso Nacional e o STF.

Eu não consegui ver nenhum vídeo onde ele fizesse isso.

Nem preciso.

Da minha parte, tendo em vista o que se viu nos últimos 50 anos, eu acho que conclamar a população contra o Congresso e o STF é pouco.

É preciso conclamar a população contra o Congresso, contra o STF, contra o MP, contra os privilégios da Dilma, do Lula, do Sarney, do Collor, das filhas solteiras e do FHC.

É preciso convocar a população para repudiar a impunidade dos condenados em segunda instância que estão soltos, principalmente dos políticos, burocratas e empreiteiros corruptos.

É preciso conclamar a população para dar cabo do fundo partidário, do fundo eleitoral, da propaganda eleitoral gratuita e do gasto do governo com propaganda estatal.

É preciso instigar os cidadãos para protestarem contra as instituições decrépitas, contra a Constituição esquizofrênica que dá direitos com uma mão e os tira com a outra, contra as leis subjetivas e a insegurança jurídica.

É preciso dizer basta em praça pública contra uma representação capenga, um jogo com cartas marcadas para que os de sempre se perpetuem no poder, contra partidos que não passam de organizações criminosas que já deveriam ter sido proscritos e seus dirigentes processados e verdadeiramente punidos, em vez de ficarem por aí passeando pelo mundo em jatinhos executivos ou na primeira classe bebendo dos melhores vinhos para falar mal do Brasil.

É preciso ir às ruas para denunciar os conluios entre os governantes e os oligarcas, os donos exclusivos dos mercados onde só entra quem é convidado desde que não abale o concorrente e sim, desde que pague bem o agente do estado.

É preciso protestar contra a língua solta das autoridades que querem tumultuar o ambiente em vez de trabalhar para reduzir as despesas, baixar os impostos, desregulamentar a vida dos que querem de algum modo trabalhar para educar os filhos, ter saúde, saneamento básico, segurança, comida, roupas, lazer e moradia.

Se é para ir às ruas, que seja por iniciativa própria, não por convocação de um general, ou de um capitão, sem o que não há legitimidade para se posicionar contra ministros, governadores e prefeitos perdulários, contra políticos tratoristas ou contra policiais milicianos.

É preciso questionar a guerra às drogas, a proibição do aborto, as cotas raciais, as restrições de qualquer tipo para relações interpessoais estabelecidas por indivíduos adultos, o curso legal forçado da moeda, as barreiras alfandegárias, as tarifas aduaneiras, as leis trabalhistas de qualquer espécie.

Enfim, se é para mostrar indignação e revolta que seja contra o segmento coercitivo da nação, esse que usa e abusa do poder que lhe foi supostamente outorgado para explorar, com o cinismo de um psicopata, aqueles que criam valor para si e para toda a sociedade.

Se eu tivesse que ir para as ruas seria exclusivamente para dizer chega!

Nos deixem viver nossas vidas em paz.

Queremos apenas experimentar a liberdade para, com dignidade e independência, tentarmos construirmos o nosso futuro à nossa maneira, ganhando o que merecemos para sermos felizes do jeito que escolhermos, do jeito que der.

Chega de governos dizendo o que devemos fazer para o nosso bem, não importa se isso vem do executivo, do judiciário ou do parlamento. Nos últimos cem anos, não fomos governados por coletivistas estatistas sem razão.

Infelizmente, o Brasil se divide em duas forças políticas: os coletivistas estatistas com poder e os coletivistas estatistas sem poder. O dia que houver liberais em número suficiente para defenderem a ética do individualismo, o sistema capitalista de organização social, não precisaremos sair às ruas.

Hoje sair às ruas parecer ser necessário. Talvez seja, mas as mudanças que se deseja na política só ocorrerão quando mudarmos a nossa própria mentalidade como indivíduos.

*Roberto Rachewsky, Empresário