Porto Alegre, quinta, 19 de setembro de 2024
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Leite participa da Abertura Oficial da Colheita de Oliva, em Caçapava do Sul

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A solenidade de abertura da colheita ocorreu no pomar Don José - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

Um dos principais produtores de azeite extravirgem do Brasil, o Rio Grande do Sul deu início, nesta sexta-feira (6/3), à colheita da oliva. Com a presença do governador Eduardo Leite, do secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, e do chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, ocorreu a 9ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva, em Caçapava do Sul, município que integra a Rota das Oliveiras.

Leite reconheceu a coragem e a resiliência daqueles que se aventuram a produzir no campo. “Além de todos os desafios jurídicos e econômicos de quem empreende no país, estão sujeitos ao imponderável do clima, que pode afetar as colheitas”, destacou.

As condições da safra 2018/2019 para a cultura foram positivas, resultando em 1,4 milhão de quilos de azeitonas. Isso culminou na produção de 198,6 mil litros de azeite extravirgem, envolvendo 11 fábricas. No Brasil, a produção foi de 240 mil litros.

Neste ano, no entanto, as condições da safra 2020/2021 foram abaladas devido a fatores climáticos. O presidente do Instituto Brasileiro da Olivicultura (Ibraoliva), Paulo Marchioretto, projeta uma expectativa de quebra de produção. “Devemos colher bem abaixo do esperado. Pouco frio e semanas de temperaturas elevadas proporcionaram uma floração desuniforme”, esclareceu. Ele lembra também que a floração, principalmente da arbequina, uma das variedades mais cultivadas no Estado, ocorreu mais tarde, em meados de outubro, quando houve um grande volume de chuvas.

Mesmo assim, a expectativa é de que a qualidade do óleo produzido se mantenha. “O volume da safra não interfere na qualidade dos azeites gaúchos, que se caracterizam pelo sabor intenso e picante devido à colheita com azeitonas ainda verdes. Acima de tudo, o nosso azeite chega às mesas dos consumidores com o frescor do azeite jovem”, ressalta Rosane Abdala, uma das proprietárias do pomar Don José, onde ocorreu a solenidade de abertura da colheita.

“Temos o compromisso de impulsionar a olivicultura no Estado. Além da importância para o mercado gastronômico, a produção de azeite e o cultivo das oliveiras se tornam um atrativo turístico, promovido pela Rota das Oliveiras”, ponderou o governador.

No Rio Grande do Sul, existem 35 marcas de azeite registradas. A olivicultura no Estado tem grande potencial de expansão e já cresceu de 80 hectares em 2006 para 6 mil hectares em 2020, cultivados por mais de 300 produtores em 65 municípios. De acordo com o Ibraoliva, a expectativa é de que, até 2025, o Brasil conte com 25 mil hectares plantados de olivas.

Além de Caçapava do Sul, os municípios de Bagé, Barra do Ribeiro, Cachoeira do Sul, Canguçu, Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado, Santana do Livramento e Sentinela do Sul concentram a maioria dos olivais.

Aproveitando a presença do governador, o prefeito de Caçapava do Sul, Giovani Amestoy, entregou o documento que homologa a situação de emergência do município devido ao período de estiagem. Leite lembrou que, na noite de quinta-feira (5/3), foram definidas algumas das medidas que serão tomadas para diminuir o impacto da falta de chuva nas produções agrícolas do Estado. Entre elas, a ampliação do número de agentes da Defesa Civil responsáveis pela análise da documentação enviada pelos prefeitos, a fim de agilizar o levantamento da quantidade de perfuração de poços e de caixas d’água necessárias e dos decretos de situação de emergência.

Também compareceram à cerimônia de abertura da colheita o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ernani Polo, o líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes, e os deputados Giuseppe Riesgo, Luís Augusto Lara e Luiz Fernando Mainardi.

Estímulo à olivicultura

Para estimular a produção no Estado, o governo lançou, em 2015, o Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva), com o objetivo de intensificar a cooperação e as ações envolvendo instituições municipais, estaduais e federais e a iniciativa privada em prol da cultura. Coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, o Pró-Oliva está baseado em subprogramas de mudas de qualidade e defesa sanitária, pesquisa e assistência técnica, industrialização de azeites e de conservas e crédito e financiamentos.

Dois anos mais tarde, em 2017, depois de dezenas de reuniões da Câmara Setorial das Oliveiras, os produtores criaram o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Por fim, em 2019, foi promulgada uma lei que criou a Rota das Oliveiras, a fim de estimular o turismo olivícola.