Ao abrir oficialmente a colheita da oliva no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (06/03), os produtores marcaram um encontro especial para mostrar a qualidade dos azeites de oliva extravirgem produzidos no Estado e no Brasil. O presidente do Ibraoliva (Instituto Brasileiro da Olivicultura) aproveitou o evento, em Caçapava do Sul, e laçou o 1º Salão Brasileiro do Azeite de Oliva, em parceria com a Embrapa Clima Temperado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e o Governo do Estado. O evento acontecerá de 23 a 25 de setembro na Serra Gaúcha, no Fundaparque em Bento Gonçalves (RS).
Mais de 30 marcas de azeite estarão reunidas em um estande coletivo dentro da Wine South America. “Vai ser uma grande vitrine da nossa produção de azeita de oliva extravirgem, de alta qualidade, mas ainda desconhecida de boa parte dos consumidores brasileiros”, afirma o presidente do Ibraoliva, Paulo Marchioretto. Destaque especial para o espaço “Azeite Experience”, um espaço dedicado a degustações e análises sensoriais de azeite, além de geração de negócios, com reuniões pré-agendadas entre compradores e produtores de azeite. “O Projeto Comprador tem o objetivo de difundir e enaltecer a qualidade dos produtos oleícolas no mercado brasileiro, atestada por inúmeras premiações nacionais e internacionais”, diz Marchioretto.
Para o presidente do Ibraoliva, estar ao lado dos maiores e melhores produtores de vinhos do Brasil e do mundo na Wine South America é um benefício. “Vinho e azeite se casam, são irmãs de solo, se desenvolvem no mesmo terroir”, observa. Há, porém, uma diferença importante. Ao contrário do vinho, quanto mais jovem o azeite, melhor. Isso porque logo após ser extraído, inicia-se um lento processo de degradação, que é acelerado pela exposição à luz e ao calor. “O nosso azeite é consumido fresco, mantendo sabor, aroma e todas as suas qualidades nutricionais”, aponta.
A safra de azeite brasileiro é praticamente toda vendida no ano de produção. Há muito a crescer. O Brasil é um dos principais importadores de azeite do mundo. Em 2019, consumimos cerca de 78 milhões de litros de azeite e produzimos em torno de 240 mil litros, apenas 0,3% do total. O Rio Grande do Sul é o principal produtor, com 189 mil litros no ano passado. Com 6 mil hectares de oliveiras cultivados e 34 marcas de azeite, o Rio Grande do Sul ainda tem 1 milhão de hectares mapeados próprios para olivais. “O céu é o limite”, fala Marchioretto. Um das oportunidades é tornar o Estado destino nacional de olivoturismo. Para isso, empreendimentos inaugurados recentemente e outros em construção prometem movimentar as regiões do Estado onde a cultura com sabor mediterrâneo avança, em média, 25% ao ano.
A primeira extração de azeite de oliva em solo brasileiro acaba de completar 11 anos. Surgiu quase de modo simultâneo, na Metade Sul do Rio Grande do Sul e na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. No Brasil, o mercado oleícola conta com 330 olivicultores que se dedicam ao cultivo de oliveiras, mudas, produção e industrialização de azeitonas, azeites e subprodutos da olivicultura. São 6,5 mil hectares de áreas plantadas e 80 marcas de azeites de oliva. A expectativa do setor é, neste ano, chegar a 10 mil hectares plantados e até 2025 a 20 mil hectares de área cultivada.
Canguçu
Pinheiro Machado
Encruzilhada do Sul
Cachoeira do Sul
Caçapava do Sul
Santana do Livramento
Bagé
Barra do Ribeiro
Sentinela do Sul
Arbequina
Koroneiki
Picual
Frantoio
Arbosana
Coratina
– O RS conta com 35 marcas registradas no estado;
– O estado passou de 80 hectares em 2005 para 6.000 mil hectares em 2020;
– O Ibraoliva estima que, até 2025, o Brasil atinja 20 mil hectares plantados;
– O Brasil produziu 240 mil litros de azeite extravirgem em 2019 – sendo 189 mil litros apenas no RS;
– Em 2019, a safra atingiu um volume recorde de 1,4 milhão de quilos de azeitonas.