Porto Alegre, quinta, 25 de abril de 2024
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Mauro Galvão resgata passado do Rio Grande do Sul e fala sobre a rivalidade Grenal

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Grêmio e Internacional disputarão quinta-feira clássico inédito pela Libertadores. Campeão nos dois clubes, ex-zagueiro destacou algumas peculiaridades do duelo. Foto: Rafael Ribeiro/CBF
No Grêmio, Mauro Galvão foi Campeão da Copa do Brasil em 1997 e 2001

Mauro Galvão (segundo em pé da direita para a esquerda) pendurou as chuteiras em 2002 com a camisa do Grêmio. Foto: Reprodução/Grêmio

Pela primeira vez na história Grêmio e Internacional irão medir forças pela Libertadores. A dupla Grenal está no Grupo E do torneio e protagonizarão, de início, dois embates na fase de grupos. O primeiro será quinta-feira (12), na Arena. E nada melhor do que quem levantou troféus por ambos para falar com propriedade sobre o grau de intensidade que serão esses clássicos inéditos no principal torneio sul-americano de clubes.

O lendário Mauro Galvão, que foi revelado no Inter e encerrou carreira no Grêmio, concedeu entrevista exclusiva ao site da CBF. Logo de cara foi enfático ao dizer que todo Grenal é especial e carregado de tensão. Atrelado a isso, ele acredita que o clima ficará ainda mais intenso pelo peso da competição.

– Tem o fato de ser pela Libertadores e todo um interesse de os dois seguirem em frente. Grenal sempre vai ser um jogo importante. Só que sendo na Libertadores aumenta ainda mais o nível de decisão. Mas será uma partida como sempre é: tensa, difícil e pegada. A parte emocional vai contar muito – explicou.

Atento aos acontecimentos históricos, Mauro Galvão resgatou traços do passado rio-grandense para tentar explicar um pouco a rivalidade. Ele lembrou da Revolução Federalista, que no final do século XIX colocou em conflito Maragatos (de lenço vermelho) e Chimangos (de lenço branco). Não que tenha sido essa a origem direta do antagonismo entre colorados e tricolores, mas ajuda a entender um pouco o espectro formado por dois opostos no Rio Grande do Sul.

– Acho que essa rivalidade tem uma ligação um pouco com o passado. Na época da Revolução tinha uma divisão entre os Maragatos e Chimangos. Então sempre teve essa disputa muito acirrada de lados – contou, antes de revelar um acontecimento dos tempos de atleta:

– Soube de um jogador que foi com carro vermelho no campo do Grêmio. Pediram pra ele dar um jeito de trocar pra que não quebrassem o carro dele. E isso é o mínimo que pode acontecer (risos). São detalhes que a pessoa de fora talvez não saiba. Ela não entende que pode ter problemas,  porque não existe em outro lugar uma rivalidade tão acirrada como tem no Rio Grande do Sul.

Revelado pelo Inter, Mauro Galvão (segundo em pé da direita para a esquerda) foi Campeão Brasileiro de 79 no Colorado

Mauro Galvão (segundo em pé da direita para a esquerda) apareceu para o futebol profissional em 1979 no Internacional. Foto: Reprodução/Internacional

Revelado no Internacional, Mauro Galvão conquistou o Brasileiro de 1979 e foi tetracampeão gaúcho (1981, 1982, 1983 e 1984) com a camisa colorada. Já pelo Grêmio, o ex-zagueiro faturou os Estaduais de 1996 e 2001; a Recopa Sul-Americana e o Brasileiro de 1996; além Copa do Brasil em 1997 e 2001.

Grêmio e Internacional

O fato de o Grêmio estar jogando há mais tempo é algo importante. Não dá para deixar de reconhecer. Mas acontece que o time tem mudado alguns jogadores aos poucos, então isso faz com que perca um pouco daquilo que já tinha. Mas, mesmo assim, está à frente do Inter, que trouxe jogadores de qualidade, jogadores interessantes. Conta uma boa equipe também e tem um goleador lá na frente, que é o Guerrero. Eu diria que não tem favorito. Na verdade, o Grêmio leva uma ligeira vantagem por jogar em casa. Mas é coisa pouca.

São os melhores do Grupo E

Os dois são favoritos no grupo. Os outros times (América de Cali-COL e Universidad Catótila-CHI) estão um pouco abaixo. A Libertadores aumentou, cresceu muito e deu uma inchada. Tempos atrás era diferente: o time, para jogar, tinha que ser campeão ou vice no país. Mas agora estenderam e tem um monte de equipe fraca. Dependendo de quem tu pega, se tiver sorte, pode ir longe. A briga entre eles vai ser para ver quem passa em primeiro ou segundo lugar, não tem para onde fugir. (CBFNews)

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