Porto Alegre, domingo, 17 de novembro de 2024
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Vítimas de coronavírus na Itália enfrentam a morte sem direito a funerais

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Decreto da quarentena no País proibiu cerimônias civis e religiosas, incluindo funerais, para impedir a propagação do vírus, o que vem causando sofrimento extra às famílias; necrotérios de hospitais estão lotados. Tenda montada fora de hospital em Brescia, na Itália. País vem sendo castigado pela pandemia do novo coronavírus Foto: Alessandro Grassani/The New York Times

Por volta da meia-noite de quarta-feira, 11, Renzo Carlo Testa, 85 anos, morreu do novo coronavírus em um hospital na cidade italiana de Bergamo, no norte da Itália. Cinco dias depois, seu corpo ainda estava em um caixão e era apenas um entre as dezenas de caixões alinhados aos pés da igreja do cemitério local, que está fechada ao público. 

Sua esposa por 50 anos, Franca Stefanelli, gostaria de lhe dar um funeral adequado. Mas os serviços funerários tradicionais tornaram-se ilegais em toda a Itália agora, o que faz parte das restrições nacionais contra aglomerações e saídas que foram adotadas para tentar impedir a propagação do pior surto de coronavírus na Europa. De qualquer forma, ela e os filhos não poderiam comparecer, porque estão doentes e em quarentena. 

“É uma coisa estranha”, disse Franca, de 70 anos, com dificuldades para explicar o que ela estava sentindo. “Não é raiva. É impotência diante desse vírus. “

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