A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecida como mórmon, paga uma taxa anual de R$ 805 à União para usar um apartamento de 273 metros quadrados na Península, região com torres de alto padrão na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Um imóvel de metragem similar no mesmo local pode ser encontrado a partir de R$ 1,9 milhão ou alugado por, no mínimo, R$ 6 mil mensais.
Perto dali, no Jardim Oceânico, a Primeira Igreja Batista da Barra da Tijuca paga aos cofres públicos uma taxa de R$ 1,4 mil por ano pelo uso de um apartamento em uma das áreas mais valorizadas do Rio. Próxima à praia, com amplo comércio e acesso ao metrô, uma unidade ali custa pelo menos R$ 1,5 milhão ou R$ 9 mil mensais.
Em franca expansão de suas atividades, igrejas usam imóveis pertencentes à União para atuar no País. Um levantamento feito pelo Estado, a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação e registros de cartórios, revela que 663 salas comerciais, apartamentos, terrenos, galpões e residências em condomínios de luxo estão ocupados por organizações religiosas.
As entidades têm a posse da maior parte dessas propriedades federais. Pelas regras, os ocupantes pagam apenas uma taxa anual que incide sobre o valor registrado do terreno e pode ser de 0,6% ou 2%. Parte desses imóveis é usada como moradia de dirigentes das igrejas.
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