O percentual de famílias que não terão condições de pagar suas contas em um horizonte de 30 dias, por sua vez, teve variação muito pequena e ficou praticamente estável, marcando 12,7%. Contudo, observado por grupo de renda, enquanto houve queda de 8,3% para 6,4% no grupo de famílias com renda maior que 10 salários mínimos (SM), para famílias com renda inferior a isso, o indicador aumentou de 13,4% para 14,6%.
“Nesse grupo de famílias com renda menor que dez salários mínimos, existem muitas que dependem do rendimento de ocupações informais, assim como de prestação de serviços, atividades que foram duramente afetadas pelas medidas de isolamento social adotadas em razão da pandemia do coronavírus. Famílias nessas condições sofreram duramente com a redução da renda já nos primeiros dias em que as medidas começaram a vigorar, algo que, em um orçamento sem folgas, compromete ou agrava rapidamente a capacidade de pagamento das famílias”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
A pesquisa mostrou que, para esse mesmo grupo de renda, que compõe 80,7% da amostra, 53,9% das famílias com contas em atraso referiram tempo com pagamento em atraso maior que 90 dias, percentual que marcava 49,4% no mês anterior. “Como a pesquisa foi feita nos últimos dez dias de março, o período contempla as medidas aplicadas para a contenção da pandemia e, portanto, pode já refletir seus primeiros efeitos sobre a perspectiva de pagamento de contas em atraso de famílias mais vulneráveis financeiramente”, concluiu Bohn.