Porto Alegre, sexta, 20 de setembro de 2024
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As polêmicas em torno da origem do novo coronavírus; Deutsche Welle

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De um Nobel de Medicina até Trump, passando por vários veículos de imprensa, multiplicam-se especulações de que o patógeno da covid-19 teria sido criado em laboratório. Especialistas falam em "politização da pandemia". Instituto de Wuhan disse não haver indícios de traços sintéticos no novo coronavírus. @picture-alliance/Newscom/UPI Photo/CDC

Pesquisadores e jornalistas vêm especulando como o coronavírus Sars-cov-2 teria chegado à Wuhan, na China. As suspeitas recaíram principalmente sobre um mercado de peixe em que também eram vendidos animais selvagens. Um estudo publicado pela revista científica Nature sugere que antes de chegar aos seres humanos, o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos para o pangolim – um mamífero que se assemelha ao tatu-bola e é vítima do tráfico ilegal de animais selvagens.

Também circularam na mídia, no entanto, notícias de que o vírus possa ter escapado do Instituto de Virologia de Wuhan, situado próximo ao mercado. Na última quinta-feira (16/04) o virologista francês Luc Montagnier divulgou a hipótese de que o Sars-cov-2 seria um vírus manipulado, acidentalmente liberado do laboratório de Wuhan durante a busca de uma vacina contra a aids. Prêmio Nobel de Medicina em 2008 como um dos “descobridores” do vírus da aids, Montagnier diz basear-se nas semelhanças entre o genoma do HIV e o do novo coronavírus.

Segundo uma outra versão, um funcionário do laboratório teria se contaminado acidentalmente e levado a doença para o mundo externo. O diretor do Instituto de Virologia, Yuan Zhiming, rechaçou essa hipótese na imprensa chinesa, negando que qualquer funcionário tenha contraído o vírus. Por sua vez, o presidente americano, Donald Trump, entrou na controvérsia, apoiando a teoria e anunciando que seu governo investigaria os boatos sobre a origem do novo coronavírus.

“É ruim quando alguns estão deliberadamente tentando enganar as pessoas”, acrescentou Yuan sem citar o nome de Trump. O diretor também negou a tese, que já foi rejeitada por especialistas, de que o novo coronavírus teria sido criado em laboratório. “Não há nenhuma evidência de que o vírus seja artificial ou tenha traços sintéticos”, acrescentou.

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