Porto Alegre, quinta, 19 de setembro de 2024
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Retração do PIB deve levar País a novo recorde de recuperações judiciais

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Previsão de especialistas é que, com dificuldades para manter o fluxo de caixa, até 2,5 mil empresas tenham de recorrer à Justiça para adiar o pagamento de débitos e evitar falência. Lojas do shopping Center Norte, em São Paulo, com as portas fechadas desde março Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

A dificuldade para recompor o caixa nos próximos meses, como reflexo da forte retração econômica provocada pelo coronavírus, deve levar um maior número de empresas a pedir proteção da Justiça para não falir. A previsão de especialistas é que o volume de pedidos de recuperação judicial possa atingir patamar recorde. Levantamento da consultoria Alvares & Marsal, com base no histórico de pedidos dos últimos anos, fala em mais de 2,5 mil empresas nessa situação.

“Pelo histórico verificado de 2007 para cá, vimos uma correlação grande entre a queda do PIB e o aumento das recuperações judiciais”, diz o diretor de reestruturação da A&M, Leonardo Coelho. A estimativa da consultoria considera projeção de queda de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Se confirmado, o resultado será quase 40% superior ao recorde verificado em 2016, quando 1,8 mil companhias recorreram à Justiça. Naquele ano, a economia havia recuado 3,6%, após um tombo de 3,5% no ano anterior. Segundo Coelho, quanto maior o impacto no PIB, maior a quantidade de setores afetados e a chance de se alastrar pelas cadeias produtivas.

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