Porto Alegre, sábado, 16 de novembro de 2024
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Análise: Bolsonaro acaba de construir seu maior adversário político; O Estado de São Paulo

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Saída do ex-juiz é compreensível se considerarmos que ele não teve a autonomia e muito menos condições de cumprir o papel que lhe foi prometido. Sérgio Moro entrega o cargo de ministro da Justiça. Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Após quase 15 meses como ministro da Justiça, Sérgio Moro deixou o governo de forma inteiramente compreensível se considerarmos que ele não teve a autonomia e muito menos condições de cumprir o papel que lhe foi prometido quando aceitou o cargo ainda em novembro de 2018.

Convém lembrar que Sérgio Moro, antes de virar ministro, vinha de uma carreira na magistratura que ganhou súbita fama pelo seu trabalho na operação Lava Jato. Sua vinda para o governo foi uma jogada de risco para ele próprio não apenas por abrir mão da sua condição de Juiz para a condição de “político” pela natureza do novo cargo, mas sobretudo por emprestar ao governo de Jair Bolsonaro um prestígio pessoal que naquele momento lhe dava a condição de um dos homens públicos mais populares do País.

No cargo de ministro, Sérgio Moro acumulou conflitos públicos com o presidente da República que tiveram pelo menos duas consequências: 1) a perda de status como homem forte do governo que seria decorrência natural do seu prestígio público e 2) o início de um processo de erosão do seu capital político-eleitoral, conquistado pela sua atuação, muitas vezes contestada no âmbito da legalidade de algumas decisões, durante a operação Lava Jato, e crucial para a manutenção de projetos políticos pessoais uma vez que não poderia mais voltar à magistratura.

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