Horas após a demissão, por Jair Bolsonaro, do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, o ministro Sérgio Moro anunciou que deixava a pasta da Justiça e fez acusações contra o presidente. Moro afirmou que Bolso na rolhe disseque“queri ater( na chefiada PF) um apessoado contato pessoal dele” para “colher informações, relatórios de inteligência”. “Falei que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo”, relatou o ministro demissionário. Moro disse ter provas das acusações que fazia e, à noite, apresentou cópias de diálogos em que Bolsonaro demonstrou preocupação com inquérito no Supremo Tribunal Federal. Juristas disseram que Moro pode ter relatado até 7 crimes. O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu investigação ao STF. Representantes de partidos cobraram o impeachment ou a renúncia de Bolsonaro. “Que renuncie antes de ser renunciado. Poupenos”, disse o ex-presidente Fernando Henrique.
O presidente Jair Bolsonaro queria indicar um nome para chefiar a Polícia Federal (PF) para quem pudesse “ligar, colher informações, colher relatórios de inteligência”, afirmou ontem Sérgio Moro. Ao falar pela última vez como ministro da Justiça e Segurança Pública, durante pronunciamento no fim da manhã, Moro relembrou a conversa em que Bolsonaro lhe disse que escolheria um novo diretor da PF. “Falei que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo”, relatou o ministro demissionário.
“O problema é: por que trocar (o diretor da PF)?”, questionou o ex-juiz da Lava Jato. Bolsonaro revelou, segundo Moro, uma “grande preocupação” com o andamento de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo menos duas investigações da Corte podem atingir aliados do presidente. O primeiro deles, aberto no ano passado, investiga ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes do Supremo. Na segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes deu início a um segundo inquérito para descobrir quem organizou e financiou protestos antidemocráticos de domingo, dos quais Bolsonaro participou.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, o chefe do Executivo encaminhou para seu ministro uma notícia que relatava investigação que avançava sobre deputados bolsonaristas, seguida da frase: “Mais um motivo para a troca”.
Leia mais em O Estado de São Paulo