O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), foi às lágrimas mais uma vez ao descrever a situação dramática enfrentada pela maior cidade da Amazônia em meio à pandemia do novo coronavírus.
“Todo dia eu vejo mortes de pessoas que conheço”, diz o tucano em entrevista à BBC News Brasil. “Isso só não mexe com uma pessoa com o coração muito ruim: impotência, falta de recursos, e morrendo gente, morrendo gente.”
Ele prossegue, citando o episódio em que o filho de um homem que morreu pelo coronavírus na capital amazonense atacou um dos profissionais responsáveis pelo enterro.
“O coveiro! O coveiro. Se tivesse que espancar, espancasse o governador, espancasse a mim. Mas o coveiro…”
Segundo ele, o número de mortes na cidade passou da média histórica de 20 a 30 enterros por dia para um pico de 140. “Agora estamos estabilizados em uma média de 120, o que é muito.”
O prefeito, no entanto, resiste à recomendação do Ministério Público do Estado de implementação de um lockdown (confinamento obrigatório), citando risco de caos social em Manaus.
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