Porto Alegre, domingo, 17 de novembro de 2024
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Lockdown pode terminar em 'tiro e morte', diz prefeito de Manaus, por Ricardo Senra/BBC News

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O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), foi às lágrimas mais uma vez ao descrever a situação dramática enfrentada pela maior cidade da Amazônia em meio à pandemia do novo coronavírus. 

“Todo dia eu vejo mortes de pessoas que conheço”, diz o tucano em entrevista à BBC News Brasil. “Isso só não mexe com uma pessoa com o coração muito ruim: impotência, falta de recursos, e morrendo gente, morrendo gente.” 

Ele prossegue, citando o episódio em que o filho de um homem que morreu pelo coronavírus na capital amazonense atacou um dos profissionais responsáveis pelo enterro.

“O coveiro! O coveiro. Se tivesse que espancar, espancasse o governador, espancasse a mim. Mas o coveiro…”

Segundo ele, o número de mortes na cidade passou da média histórica de 20 a 30 enterros por dia para um pico de 140. “Agora estamos estabilizados em uma média de 120, o que é muito.”

O prefeito, no entanto, resiste à recomendação do Ministério Público do Estado de implementação de um lockdown (confinamento obrigatório), citando risco de caos social em Manaus.

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