A emergência de um hospital é o primeiro local de atendimento ao paciente com suspeita de Covid-19. De acordo com a coordenadora responsável pela reforma no Ernesto Dornelles, Karen Feldman, o contêiner surgiu exatamente a fim de separar uma área para toda a equipe de emergência não se misturar com os demais espaços de conforto no restante do hospital. Ali, foi avaliado todo o fluxo. “Antes, o profissional de combate ao Covid-19 tinha que passar pela catraca, circular por todo o hospital. A partir disso, criamos uma alternativa para separar a equipe que está totalmente em contato com pacientes suspeitos de coronavírus. Com a pandemia, muitos estão ficando mais tempo fora de casa e dentro do ambiente hospitalar. Nós enxergamos esses espaços de descompressão como um carinho que podemos dar para estes profissionais que estão sendo heróis”, explica Karen.
Além da emergência, outras salas do hospital como leitos, dormitórios da área térrea e salas de descompressão foram revitalizadas, assim como foram doados beliches, móveis de descanso e demais mobiliário para abastecer o complexo hospitalar. Já a parte externa do contêiner, recebeu customização do grafiteiro Lucas Anão, que fez pinturas em homenagem aos profissionais da saúde.
Para a psicóloga do Hospital Ernesto Dornelles, Bárbara Rech, todas as salas têm um valor imenso, mas o contêiner traz um carinho bem concreto, especialmente aos colaboradores que estão na emergência e, também, vem mostrar a toda comunidade o valor do profissional da saúde, que se dedica e que, de alguma forma, coloca a sua vida em risco pelo bem-estar do outro. “Então ele vem nos chamar à conexão com a humanidade. Esse projeto provoca uma grande reflexão, na comunidade fora do hospital e aqui dentro também. Na descrição do seu trabalho, os Arquitetos Voluntários trouxe algo grandioso, gratificante, que agrega valor a esse momento tão desafiador da nossa história”, ressalta Bárbara.
Atualmente, o Hospital Ernesto Dornelles tem desenvolvido um projeto que se chama “Experiência HED” com três grandes frentes: experiência do paciente, experiência do familiar e experiência do colaborador. “Todas as salas de descompressão feitas, mas especialmente o container, vêm como um abraço, como um carinho, realmente palpável para os nossos colaboradores, completamente alinhado com os objetivos dos Arquitetos Voluntários. Na nossa instituição, a gente pensa que oferecer momentos agradáveis, em que o colaborador possa se conectar consigo mesmo, garantir que a sua qualidade de vida seja minimamente preservada, mesmo diante de todos os desafios da assistência nesse momento, é fundamental”, pontua a psicóloga Bárbara Rech.
Os Arquitetos Voluntários têm como idealizadora e representante a arquiteta Daniela Giffoni. O time de profissionais é composto pelos coordenadores Aline Fuhrmeister, Bianca Russo, Erika Listo, Felipe Helfer, Karen Feldman e Monique Fontes. A iniciativa tem como objetivo oferecer melhores condições de trabalho e qualidade de vida para aqueles que estão trabalhando no combate à Covid-19 no Rio Grande do Sul.