O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (23) que o Brasil deveria dar mais atenção ao tema do meio ambiente para não afastar os investidores na retomada da economia após o fim da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Na avaliação do deputado, o tema meio ambiente é, ao lado do debate sobre a democracia e a estabilidade das instituições, uma das preocupações dos investidores internacionais, e pode ter “custo grande na retomada do investimento”.
“A gente não deveria estar discutindo democracia como a gente vem discutindo nas últimas semanas, assim como a gente deveria dar um sinal mais claro com relação ao meio ambiente. Nós sabemos que esse é um ponto importante para muitos investidores”, disse Maia durante a videoconferência promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil.
O deputado revelou que tem recebido cartas de investidores estrangeiros preocupados com a condução da política ambiental, e disse que as manifestações de grupos que pedem o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) afetam a credibilidade do do país junto aos investidores.
“É uma agenda [do meio ambiente] que o governo trata de uma outra forma. [O governo] foi eleito para isso. É legítimo. Mas isso pode ter um custo muito grande na retomada do investimento, que é exatamente a credibilidade do Brasil em relação à independência das nossas instituições e o tema do meio ambiente, que são temas certamente muito importantes para aqueles que investem, principalmente para aqueles estão na Europa e nos Estados Unidos”, afirmou.
Maia foi questionado sobre a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da prisão após condenação em segunda instância. Ele disse que pretende votar a proposta em agosto.
“Queria reafirmar meu compromisso de votar a reforma tributária em agosto e também a PEC da Segunda Instância durante o mês de agosto também, que são duas pautas que são de fato importantes para sociedade brasileira”, disse Maia, defendendo que a prisão se aplique em todas as esferas do Judiciário, como a trabalhista, penal e tributária.
Agência Brasil