Porto Alegre, domingo, 10 de novembro de 2024
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Força de trabalho ficou estável na primeira semana de junho

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Taxa de informalidade alcançou 35,6% da população ocupada. © Marcello Casal/Agência Brasil

 

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Covid-19) semanal, que mostra que a força de trabalho ficou estável na primeira semana de junho em relação à primeira semana de maio e, também, em relação à semana anterior. A pesquisa estimou em 83,7 milhões a população ocupada do país entre 31 de maio e 6 de junho, estável em relação à semana anterior, de 84,4 milhões de pessoas, e em relação à semana de 3 a 9 de maio, de 83,9 milhões de pessoas.

Dos 83,7 milhões de trabalhadores, 8,9 milhões, ou o equivalente a 13,2% dos ocupados, trabalhavam remotamente. O contingente ficou estável em relação à semana anterior (8,8 milhões ou 13,2%) e, também, em relação à semana de 3 a 9 de maio (8,6 milhões ou 13,4%).

O nível de ocupação foi de 49,3%, permanecendo estável frente a semana anterior (49,7%) e à semana de 3 a 9 de maio (49,4%). Já a taxa de informalidade alcançou 35,6%, crescendo em relação à semana anterior (34,5%) e permanecendo estável (35,7%) frente à semana de 3 a 9 de maio.

Desocupados
Já a população desocupada chegou a 11,2 milhões de pessoas na primeira semana de junho e ficou estatisticamente estável frente à semana anterior (10,9 milhões), mas cresceu 3,2% em comparação à semana de 3 a 9 de maio (9,8 milhões).

Segundo a pesquisa do IBGE, cerca de 13,5 milhões de pessoas (16,1% da população ocupada) estavam afastados do trabalho devido ao distanciamento social imposto para combater o novo coronavírus (covid-19). Esse contingente caiu em relação à semana anterior (14,6 milhões ou 17,2% da população ocupada) e também ante à semana de 3 a 9 de maio (16,6 milhões ou 19,8% dos ocupados).

“A população ocupada nesse período ficou estável. Mas a gente viu que nas pessoas que eram ocupadas e que estavam afastadas do trabalho, esse percentual caiu e os valores absolutos também caíram, junto com o aumento da informalidade, em relação a essa primeira semana”, disse a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira. Para a pesquisadora, isso significa que essas pessoas que estavam afastadas, principalmente na informalidade, já começam a retomar suas atividades em relação a trabalho.

Fora do trabalho
A população fora da força de trabalho, que inclui pessoas que não estavam trabalhando nem procuravam por trabalho, somava 75 milhões de brasileiros na semana de 31 de maio a 6 de junho, com estabilidade em relação à semana anterior (74,6 milhões) e queda em relação à semana de 3 a 9 de maio (76,2 milhões). Nessa população, a pesquisa identificou que cerca de 26,8 milhões de pessoas (ou o correspondente a 35,8% da população fora da força de trabalho) afirmaram que gostariam de trabalhar. O contingente evoluiu em relação à semana anterior (25,7 milhões ou 34,4%) e ficou estatisticamente estável em relação à semana de 3 a 9 de maio.

Cerca de 17,9 milhões de pessoas fora da força que gostariam de trabalhar não procuraram trabalho devido à pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na localidade onde moravam. Essa parcela da população correspondia a 66,8% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar. O contingente ficou estável em relação à semana anterior (17,7 milhões ou 68,9%) e recuou frente à primeira semana de maio (19,1 milhões ou 70,7%).

Sintomas
A Pnad Covid-19 do IBGE revela que na primeira semana de junho 15,8 milhões de pessoas (ou 7,5% da população do país) apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal (febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular), investigados pela pesquisa. Houve queda desse contingente em comparação à semana anterior (22,1 milhões ou 10,5% da população) e a primeira semana de maio (26,8 milhões ou 12,7%).

“O total de pessoas que procurou estabelecimento de saúde também caiu (entre 31 de maio a 6 de junho), em relação à semana anterior, embora o percentual das pessoas que tenham tido algum sintoma e que procuraram estabelecimento de saúde tenha aumentado”, disse Maria Lúcia Vieira.

Cerca de 2,8 milhões de pessoas (ou 17,5% daqueles que apresentaram algum sintoma) procuraram algum estabelecimento de saúde em busca de atendimento. Houve retração em relação à semana anterior (3,6 milhões ou 16,4%) e também frente à semana de 3 a 9 de maio (3,3 milhões ou 13,7%).

Menor pressão
Maria Lúcia disse que a queda no número total de pessoas que procurou estabelecimento de saúde significa uma menor pressão nesses estabelecimentos, “especialmente quando a gente observou que mais de 85% da população que procuraram algum estabelecimento o fez em estabelecimentos públicos de saúde”. Cerca de 943 mil pessoas procuraram atendimento em hospital público, particular ou ligado às Forças Armadas na semana de 31 de maio a 6 de junho. Esse contingente ficou estatisticamente estável em relação à semana anterior (1,084 milhão) e também à semana de 3 a 9 de maio (1,065 milhão), revela a pesquisa do IBGE.

O total de pessoas internadas permaneceu estável em relação à semana anterior. Entre os brasileiros que procuraram atendimento, 121 mil (12,8%) foram internados. Na semana anterior, foram 127 mil (ou 11,7%), enquanto na semana de 3 a 9 de maio, o número de internados totalizou 97 mil ou 9,1%.

Cerca de 943 mil pessoas procuraram atendimento em hospital, público, particular ou ligado às Forças Armadas na semana de 31 de maio a 6 de junho. Esse contingente ficou estatisticamente estável em relação à semana anterior (1,084 milhão) e também à semana de 3 a 9 de maio (1,065 milhão).

Agência Brasil